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USaid: como cortes de Trump prejudicam resposta ao terremoto na Ásia

Enquanto China, Rússia e Índia enviam equipes de resgate e suprimentos para Mianmar, país do Sudeste Asiático devastado por um abalo sísmico de magnitude 7,7 na semana passada, os Estados Unidos, tradicionalmente um dos maiores doadores de ajuda humanitária, permanecem praticamente ausentes da resposta emergencial. O drástico corte de recursos e funcionários na Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USaid) sob a gestão do presidente Donald Trump está por trás da mudança. 

O terremoto que atingiu Mianmar na última sexta-feira foi classificado como um dos mais fortes do século e já deixou mais de 1.700 mortos, segundo o governo militar que lidera o país. A previsão é que o número de vítimas só aumente à medida que os escombros são removidos. 

Equipes chinesas de busca e salvamento, que trabalham com cães treinados para farejar pessoas presas sob escombros, já estão no solo em Mandalay, a segunda maior cidade de Mianmar e um dos lugares mais afetados pelo abalo sísmico. Enquanto isso, uma equipe de avaliação da USaid só deve chegar ao país na quarta-feira, segundo fontes ligadas à operação.

Embora a embaixada americana em Mianmar tenha anunciado no domingo um financiamento de até US$ 2 milhões por meio de organizações humanitárias locais, a estrutura necessária para coordenar o envio de suprimentos e equipes foi desmontada. Os recentes cortes na USaid resultaram na demissão de especialistas em resposta a crises e na desativação de contratos de transporte para equipes de resgate dos Estados Unidos, que tradicionalmente eram mobilizadas em situações como essa.

Além dos desafios internos, a resposta americana também enfrenta barreiras políticas. Desde o golpe militar de 2021, o regime de Mianmar tem restringido a presença de organizações ocidentais no país, enquanto mantém laços estreitos com China e Rússia. Apesar disso, o governo afirmou que aceitará ajuda externa, independentemente da origem.

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“Ser caridoso e ser visto como caridoso serve à política externa americana”, disse Michael Schiffer, que de 2022 até o início deste ano atuou como administrador assistente do escritório da USaid para a Ásia. “Se não aparecermos e a China aparecer, isso envia uma mensagem muito forte.”

Cortes na USaid

No início do mês, o governo americano anunciou a rescisão de 83% dos programas da USaid, que, até então, era responsável por mais de 40% da ajuda humanitária global.

A USaid se tornou um dos principais alvos da agenda de “América em primeiro lugar” de Trump, com o apoio do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), a força-tarefa liderada por Elon Musk para enxugar a máquina pública. O bilionário dono da Tesla e do X classificou a agência como um “ninho de víboras marxistas radicalmente de esquerda que odeiam os Estados Unidos”.

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