A Ucrânia anunciou nesta quinta-feira, 6, que suas forças causaram cerca de 40 mil baixas às tropas russas na região de Kursk, no leste da Rússia, nos últimos seis meses, incluindo mais de 16 mil mortes confirmadas. Além disso, 909 soldados russos foram capturados, fortalecendo o poder de negociação de Kiev para trocas de prisioneiros.
A ofensiva, que teve início em agosto de 2024, representa um dos avanços mais significativos em território russo desde a Segunda Guerra Mundial. O governo ucraniano classificou a operação como “assimétrica e bem-sucedida”, que conseguiu desestabilizar um “inimigo superior”. Embora tenha perdido cerca de metade dos 1.300 km² conquistados inicialmente, a Ucrânia mantém posições estratégicas na região.
A incursão forçou Moscou a deslocar reforços para Kursk, enfraquecendo sua presença em outras linhas de frentes. Entre os recursos utilizados por Moscou, destacam-se 12 mil soldados enviados pela Coreia do Norte, dos quais cerca de 4 mil teriam morrido. Uma das três brigadas norte-coreanas foi praticamente dizimada, e as demais perderam capacidade de combate, forçando a retirada dos militares do front.
Recentemente, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a operação em Kursk pode se tornar um “elemento-chave” nas futuras negociações para o fim do conflito.
O fim da invasão, para Moscou, depende da concessão de quatro territórios ucranianos anexados à Rússia – cerca de 20% da área total do país –, um movimento que a comunidade internacional considerou ilegal. Kursk pode, por sua vez, ser usada como moeda de troca num tratado.
A perspectiva de uma saída diplomática para o conflito aumentou desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca. O presidente dos Estados Unidos ameaçou cortar toda assistência financeira e econômica a Kiev e afirmou que vai impor “sanções e tarifas significativas” contra Moscou caso Vladimir Putin se recuse a sentar-se à mesa de negociações. Pouco antes de assumir o cargo, ele pediu um “cessar-fogo imediato” na Ucrânia.
Zelensky, por sua vez, afirmou que um cessar-fogo teria efeito nulo caso não haja garantias de segurança para seu país. O presidente ucraniano falou em destacar uma força de 200 mil soldados europeus em solo ucraniano para “manter a paz”.
