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Turquia mantém prisão preventiva de prefeito de Istambul e inflama protestos

Um tribunal turco determinou no domingo 23 que o prefeito de IstambulEkrem Imamoglu, permaneça preso preventivamente enquanto aguarda julgamento por acusações de corrupção, desencadeando os maiores protestos da Turquia em mais de uma década. O popular político, que tornou-se um dos principais nomes cotados para disputar a eleição geral de 2028, é o principal rival do atual presidente, Recep Tayyip Erdogan.

Após a decisão do tribunal, centenas de milhares de pessoas se reuniram nas ruas de várias cidades da Turquia em manifestações de apoio a Imamoglu, classificando as ações contra ele como politizadas e antidemocráticas.

Apesar dos protestos terem sido majoritariamente pacíficos, alguns episódios de violência ocorreram em Istambul, Ancara e Izmir. A polícia disparou gás lacrimogêneo, canhões de água, spray de pimenta e balas de borracha contra a multidão. Um total de 1.133 pessoas foram detidas desde a última quarta-feira, quando o prefeito foi detido em sua casa, disse o Ministro do Interior Ali Yerlikaya, e cerca de 123 policiais ficaram feridos nos protestos. 

Imamoglu foi preso quatro dias antes de ser nomeado candidato presidencial da principal força de oposição da Turquia, o Partido Republicano do Povo (CHP). Mas uma condenação pode impedi-lo de concorrer.

As acusações

Promotores estaduais acusaram o prefeito de liderar uma organização criminosa e supervisionar um esquema de suborno, fraude em licitações e outros delitos financeiros na Prefeitura, além de ter se aliado ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), um grupo pró-curdo considerado terrorista pelo Estado, durante eleições locais do ano passado.

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Fora Imamoglu, outros 47 políticos da oposição também foram presos enquanto aguardam julgamento, incluindo dois prefeitos distritais de Istambul e um assessor. Outros 44 foram detidos e libertados em seguida, mas permanecerão sob controle judicial.

Imamoglu negou todas as acusações contra ele e as classificou como “calúnias inimagináveis”, convocando protestos nacionais no domingo. Logo após sua detenção, o prefeito prometeu derrotar Erdogan, e garantiu que vai responsabilizar aqueles que comandaram a investigação. O CHP disse que apelaria da decisão dos promotores e elegeria alguém para trabalhar como prefeito interino. 

“Nós arrancaremos esse golpe, essa mancha escura em nossa democracia, todos juntos”, declarou Imamoglu.

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O governo, por sua vez, negou que as investigações tenham motivação política e alega que os tribunais são independentes.

Quem é o prefeito de Istambul?

Imamoglu, 54 anos, à frente de Erdogan em algumas pesquisas de opinião, é alvo de duas investigações separadas que incluem acusações de liderar uma organização criminosa, suborno e fraude em licitações. Sua detenção ocorreu um dia após a Universidade de Istambul anular seu diploma, o que também o impediria de concorrer em eleições.

Embora o pleito seja apenas em 2028, o atual presidente atingiu seu limite de dois mandatos, depois de ter ocupado anteriormente o cargo de primeiro-ministro. Se ele quiser concorrer novamente, precisaria convocar uma eleição antecipada antes do fim do mandato, ou mudar a Constituição.

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Erdogan foi reeleito no ano passado, mas mesmo assim enfrentou reveses. O CHP de Imamoglu varreu as principais cidades da Turquia e derrotou sua sigla, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AK), em antigos redutos nas eleições municipais nacionais. Imamoglu foi eleito prefeito três vezes desde 2019, mas é acusado há muito tempo de usar o poder do estado para minar seus rivais. 

“Tentativa de golpe”

A prisão de Imamoglu vem após uma repressão de meses contra figuras da oposição e o afastamento de funcionários eleitos, no que os críticos afirmam ser uma tentativa do governo de prejudicá-los em uma futura corrida eleitoral. Atualmente, seis dos 27 prefeitos municipais do CHP em Istambul estão presos.

O presidente do CHP, Ozgur Ozel, disse que o alto comparecimento nas eleições primárias foi uma forte repressão ao que ele chamou de “tentativa de golpe”, alegando que “a legitimidade de Erdogan está em questão e torna uma eleição antecipada inevitável”.

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“Se eles acreditam que podem competir conosco, com Ekrem Imamoglu, então que convoquem eleições antecipadas”, completou Ozel. 

A ONG Human Rights Watch qualificou as acusações contra o prefeito como “falsas e politicamente motivadas”, dizendo que ele deve ser libertado imediatamente.

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