O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu que a Jordânia e o Egito recebessem palestinos da Faixa de Gaza como forma de “limpar tudo” após o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas. A declaração foi feita durante um voo presidencial, depois de Trump se encontrar com o rei Abdullah da Jordânia no sábado, 25. Trump afirmou que pretende discutir a ideia também com o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, neste domingo.
“É literalmente um local de demolição. Quase tudo foi destruído, e as pessoas estão morrendo lá. Prefiro colaborar com algumas nações árabes para construir moradias em outro lugar onde elas possam viver em paz, pelo menos por um tempo”, disse Trump. “Estamos falando de um milhão e meio de pessoas, e simplesmente limparíamos tudo aquilo”.
A Jordânia e o Egito rejeitam a ideia, dizendo que Gaza é parte do território que os palestinos reinvindicam para o futuro de seu Estado. A proposta também foi rejeitada por autoridades do Hamas, que reiteraram ser contra qualquer plano que exija o deslocamento permanente da população palestina. Em Israel, as reações foram divergentes: o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, elogiou a proposta, enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a descartou.
Iniciada em outubro de 2023, a guerra entre Israel e Hamas devastou boa parte da Faixa de Gaza, que possuía cerca de 2,3 milhões de habitantes antes do início do conflito. Estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) sugerem que 92% das construções no local foram destruídas ou danificadas gravemente.