O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na noite desta terça-feira, 8, que os líderes mundiais estão “puxando seu saco” e dispostos a fazer qualquer coisa para negociar as tarifas impostas pela Casa Branca.
“Estou te falando, esses países estão nos ligando, puxando o meu saco. Eles estão doidos para fazer um acordo. ‘Por favor, por favor, senhor, me deixe fazer um acordo’”, ironizou Trump.
A declaração do presidente americano aconteceu enquanto ele discursava em um jantar do Comitê Nacional Republicano do Congresso (NRCC). Trump utilizou a expressão “kissing my ass” em inglês, cuja tradução literal é “beijando o meu traseiro”, mas pode ser traduzida como “puxando o saco” ou “bajulando”.
+ China anuncia tarifas adicionais de 84% sobre produtos dos EUA
O republicano defendeu suas tarifas “recíprocas” anunciadas na semana passada, afirmando que os EUA se sairão “muito melhor” economicamente como resultado.
O tarifaço de Trump, que tem provocado quedas generalizadas nas bolsas globais, segue impactando os mercados nesta quarta. A bolsa de Tóquio registra baixa de mais de 3% e os mercados europeus abriram o dia em queda, com recuos de mais de 2% nos índices das principais bolsas do Reino Unido, Alemanha, França e Holanda. Os mercados da China, por sua vez, operam com estabilidade.
Embora muitos líderes de fato já tenham se colocado à disposição para negociar tarifas, como feito por Israel durante encontro entre Benjamin Netanyahu e Trump na Casa Branca, alguns outros se mostram mais resistentes, como é o caso da China. Mais cedo, na terça, o republicano disse esperar uma ligação de Pequim para evitar as tarifas adicionais americanas de 50%, que levariam o total a 104%, sobre produtos chineses.
“A China também quer fazer um acordo, muito, mas eles não sabem como começar. Estamos esperando a ligação deles. Vai acontecer!”, escreveu Trump nas redes sociais.
Apesar da fala de Trump, não houve um acordo. Além disso, a China anunciou nesta quinta-feira a imposição de tarifas adicionais de 84% sobre produtos americanos, em resposta às medidas da Casa Branca.
A China foi o país mais afetado pelo renovado protecionismo dos Estados Unidos. Nesta quarta-feira, entraram em vigor tarifas de 104% dos EUA sobre Pequim, como anunciado na véspera pela secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, seguindo as ameaças do presidente americano de pressionar com mais 50% caso a China não voltasse atrás em medidas retaliatórias, o que não aconteceu. Os novos 50% de tarifas se somariam aos 20%, implementados em março, e os 34% anunciados na semana passada, chegando ao total de 104%.
