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Trinta dias de papa Francisco no hospital: qual é o futuro da Igreja Católica?

papa Francisco completou neste sábado, 15, 30 dias de internação no hospital público Gemelli, em Roma. Ele deu entrada na instituição para curar uma bronquite, depois de um episódio de falta de ar ao ler um texto em público. O quadro evoluiu para uma pneumonia nos dois pulmões, com crises respiratórias agudas. Precisou de transfusões de sangue e teve insuficiência renal.

Desde então, vem fazendo fisioterapia respiratória, exercícios espirituais e participa de missas, recebendo a eucaristia. Passa noites tranquilas, toma café da manhã, consegue se movimentar e segue governando, mesmo debilitado. Quando sua voz ecoou na Praça São Pedro no dia 6 de março, o primeiro registro desde 14 de fevereiro, o breve áudio de 27 segundos acelerou as discussões sobre sua saúde e eventual sucessão. Embora o Santo Padre, que tem 88 anos, apresente um quadro estável, mas ainda complexo, segundo os boletins que são enviados diariamente aos jornalistas na Sala de Imprensa do Vaticano, especialistas indicam que ele pode retornar para sua missão em um estado significativamente afetado, o que fez com que uma lista de papáveis se tornasse mais frequente.

Cardeais “papáveis”

Segundo os vaticanistas, profissionais de imprensa que cobrem o papa diariamente, os nomes de cardeais papáveis já circulam dentro da Cúria Romana, refletindo as diferentes tendências dentro da Igreja Católica. Entre os mais citados, destacam-se o italiano Pietro Parolin, o secretário de Estado, considerado um possível candidato de consenso que poderia equilibrar tanto os progressistas quanto os conservadores.

Ainda entre os possíveis sucessores estão o filipino Luis Antonio Tagle, visto como uma continuidade do pontificado de Francisco, e o italiano Matteo Maria Zuppi, o arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, que também tem um papel significativo nas negociações de paz no conflito da Ucrânia. Cardeais tradicionalistas também integram a lista, como o hungaro Péter Erdő e o holandês Willem Jacobus Eijk – ambos defendem um retorno aos princípios conservadores da Igreja.

A complexidade desse processo é aumentada pela diversidade e a inexperiência de muitos cardeais. O pontífice nomeou 109 dos 137 cardeais votantes, e alguns são relativamente novos e, por isso, menos familiarizados com o processo de escolha de um novo papa. Segundo interlocutores ouvidos por VEJA, isso pode dificultar a coesão entre os cardeais, tornando o conclave mais imprevisível, com uma possibilidade maior de surpresas.

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Fatores externos

Fatores externos também pesam nessa escolha. A situação financeira do Vaticano, que tem enfrentado sérias dificuldades, principalmente devido à queda nas doações de várias partes do mundo, levanta a possibilidade de que o novo papa precise ser um “gestor” eficaz, alguém capaz de lidar com os desafios financeiros da Igreja. Nesse sentido, o nome do americano Robert Francis Prevost, um respeitado cardeal conhecido por suas habilidades de administração, é frequentemente mencionado.

A questão geográfica da próxima eleição também está em debate. Embora muitos vejam a possibilidade de um papa novamente vindo da América Latina, onde Francisco exerceu muita influência, há quem considere que o próximo líder da Igreja Católica poderia ser europeu, e mais especificamente italiano. O último foi João Paulo I, eleito há 45 anos.  Os cardeais Claudio Gugerotti e Pierbattista Pizzaballa poderiam ser possíveis sucessores. Isso confirma a tendência de retornar o foco para a Europa, depois da forte influência latino-americana de Francisco.

Finalmente, em meio a todas essas especulações, surgem ainda outras questões, como a postura em relação à política global, incluindo as posições que o próximo papa pode adotar em relação a figuras como o presidente americano Donald Trump. A Igreja Católica, ainda dividida entre os que defendem uma postura mais conciliadora e os que consideram que ela deve se concentrar em questões doutrinárias mais rígidas, enfrentará um futuro no qual o próximo eleito terá de lidar com tensões internas e desafios globais que afetam o mundo inteiro. 

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