A interação do mercado financeiro com o desenvolvimento do país foi tema do primeiro painel da tarde desta quinta-feira, 23, do Brazil Economic Forum. Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú, destacou que depois de um ano de forte expansão do mercado de crédito, o atual ambiente é de contração, marcando um ciclo. Mesquita disse que se trata de uma desaceleração e que não espera uma ruptura na concessão de empréstimos pelas instituições financeiras. Promovido pela Editora Abril, por meio de VEJA, e pelo Lide – Grupo de Líderes Empresariais, o evento tem transmissão ao vivo pelo Youtube e Canal Veja+.
“É um sinal amarelo. A última ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) incitou as instituições financeiras a terem especial vigilância nas questões de crédito”, disse Mesquita, que disse ainda com a ajuda de inteligência artificial consultou todas as atas anteriores do Copom e que a recomendação não é usual.
O economista diz que o ambiente é de correção, tendo em vista a projeção de um crescimento menor em 2025 e os sinais de superaquecimento da economia, seja pela inflação ou pela piora no déficit de conta corrente. “A gente está vendo um crescimento de 2,2% esse ano”, disse.
Também no painel, Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda, ex-presidente do Banco Central e atual co-chairman do Lide, explicou como questões estruturais da economia tem impacto no mercado financeiro e também no desenvolvimento do Brasil. Ele destacou efeitos das reformas promovidas nos anos anteriores e que agora começam a mostrar resultados. “O Brasil tem surpreendido, crescendo mais, com a modernização da economia. Os efeitos das reformas estão agora adquirindo plano de voo, o que permite que a economia cresça mais.”
Ele também ressaltou a importância de um mercado livre e citou inovações no mercado financeiro como avanços fundamentais. “Quanto mais livre o mercado, melhor. O livre mercado é fundamental. Olhando à frente, podemos ver efeitos positivos e muito importantes como resultado de tudo que foi feito, incluindo a modernização do mercado financeiro com o Pix, o Open Finance e outras inovações como as criptomoedas.” Meirelles também destacou a independência do Banco Central como um marco institucional importante, defendendo que o BC tem os instrumentos necessários para controlar a inflação e promover crescimento sustentável.