O presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, anunciou que a legenda que comanda desistiu de formar uma federação partidária com o PP e o União Brasil, um movimento que, se concretizado, formaria dentro do Centrão um “superpartido” com 153 deputados e dezessete senadores.
“Comuniquei aos líderes do PP e União Brasil que a bancada do Republicanos decidiu rejeitar a formação de uma federação entre os partidos”, anunciou Pereira. Segundo ele, em reunião realizada no dia 4 de fevereiro, “os deputados, de maneira quase que unânime, entenderam ser melhor o Republicanos seguir independente”.
Hoje, as três agremiações estão entre as legendas com mais deputados na Câmara: o União tem 59 parlamentares, o PP, 50, e o Republicanos, 44. O grande trunfo do Republicanos é que agora a sigla tem o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
No Senado, as três legendas têm os seguintes números de representantes: União (sete), PP (seis) e Republicanos (quatro). Nesse caso, se a federação vingasse, eles teriam o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Além do presidente da Câmara, o Republicanos tem também o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, potencial candidato ao Palácio do Planalto em 2026. Outro governador da sigla é Wanderlei Barbosa, de Tocantins. A sigla também comanda uma capital, Vitória, com Lorenzo Pazolini.
O que é a federação partidária
Criada na reforma eleitoral de 2021, a federação partidária funciona como uma única agremiação partidária e pode apoiar qualquer candidato desde que permaneçam assm durante todo o mandato, o que significa que elas devem durar no mínimo quatro anos.
A primeira eleição com federação partidária foi a de 2022. Hoje, existem três no país, inclusive a que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, formada por PT, PCdoB e PV. As outras duas envolvem PSDB-Cidadania e a federação PSOL-Rede.
Eleição presidencial
Em 2022, o PP e o Republicanos apoiaram, com o PL, a candidatura à reeleição do então presidente Jair Bolsonaro. Já o União Brasil lançou candidatura própria, da senadora Soraya Tronicke (União-MS).
Hoje, os três partidos têm representantes no ministério de Lula, mas o apoio à reeleição do petista divide as siglas e muito dificilmente irá se concretizar. O presidente do PP, Ciro Nogueira, tenta inclusive tirar a sua legenda totalmente do governo — hoje ela tem o Ministério dos Esportes, com André Fufuca, e o comando da Caixa Econômica Federal.