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Ser ou não ser um ícone fashion? Eis a questão de Kate Middleton

No último final de semana, o The Sunday Times publicou uma notícia um tanto surpreendente sobre Kate Middleton. Segundo o jornal britânico, a Princesa de Gales pediu que o Palácio de Kensington não revelasse mais os detalhes sobre o que ela veste em aparições públicas ou compromissos reais.

O pedido seria para que a imprensa — e, portanto, o público — se concentre em seu trabalho, e não só em suas roupas, já que ela compartilha uma frustração comum com outras mulheres famosas como Lady Diana e Hillary Clinton de que seu estilo frequentemente ofusca a discussão sobre seus feitos. Ao mesmo tempo, como afirmou a fonte do jornal, Kate tem ciência da força da moda para emitir mensagens – “sempre haverá uma apreciação do que a princesa está vestindo por parte do público e ela entende isso” –, e assim como sua sogra, sempre usou a seu favor.

Não à toa, exatamente por conta da esmagadora cobertura da imprensa sobre Kate se concentrar em seus looks, 99% das pessoas no Reino Unido já ouviram falar de Kate Middleton (segundo dados do YouGov), já que, por muito tempo, a jovem princesa raramente dava entrevistas e tinha acesso muito limitado, se comparado ao interesse que despertava.

Incontornável Ícone Fashion 

Kate Middleton sempre deu muito o que a imprensa analisar em termos de moda. Para começar, quase sempre usava marcas britânicas da cabeça aos pés, promovendo uma imensa exposição a designers como Alexander McQueen, Jenny Packham e Emilia Wickstead, que acabaram por experimentar o “efeito Kate” no aumento de pedidos sobre a peça com que ela foi fotografada.  É fato que indiscutivelmente, a Princesa de Gales não só se transformou em um ícone fashion como a embaixadora mais valiosa da indústria da moda britânica.

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E tem o próprio estilo da futura rainha da Inglaterra. Ao contrário da carismática rainha Elizabeth II e da não tão carismática ou estilosa rainha Camila, Kate tem o poder de se aproximar de seus súditos pela forma que se veste. O fato de repetir looks e usar itens de lojas mais populares como a Zara, por exemplo, sutilmente cria essa imagem realista, de que a princesa é gente como a gente, fazendo até com que a instituição milenar da monarquia pareça, de alguma forma, acessível. Em suma, em uma época em que Kate ainda era um enigma protegido pela realeza, ela permitiu que o mundo a entendesse por meio de seus vestidos.

E claro, as inúmeras mensagens. Em dezembro do ano passado, por exemplo, Kate usou um conjunto Alexander McQueen bordô que combinava com o tom da bandeira do estado do Catar como um sinal de respeito, durante a visita de estado do Emir do Catar. Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, ela vestiu um suéter azul-ucraniano para uma visita ao Centro Cultural Ucraniano de Londres. E quando as mulheres de Hollywood usaram preto no BAFTA em 2018 para apoiar o movimento “Time’s Up”, que defendia um melhor tratamento para as mulheres no local de trabalho, a princesa usou uma faixa de veludo preto em volta de seu look em sutil solidariedade.

Obviamente, essas e muitas outras situações não foram coincidências. Todas foram composições pensadas e que carregavam uma mensagem, assim como fazia a Princesa Diana, mestra nessa arte de comunicação por meio da moda, ou mesmo a Rainha Elizabeth, que se utilizava dessa tática com roupas coloridas em todas as suas aparições, para que qualquer súdito pudesse identificá-la em meio à multidão.

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Mensagem Subliminar

​​Em sua última aparição, ne terça-feira, 4, Kate visitou a National Portrait Gallery para lançar a trilha interativa, um novo projeto, do Royal Foundation Centre for Early Childhood, que visa apoiar o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais cruciais em menores de cinco anos. Após o anúncio do Palácio de Kensignton, porém, tentou ser mais discreta, com um look composto por um blazer marrom, uma blusa de gola alta preta e calças risca de giz. Só que até esse visual tão simples enviara uma mensagem: é isso que alguém deve vestir se não quiser muitas perguntas sobre o tema.

Mas roupas, goste ou não, significam algo. Significou algo quando a Princesa Diana trocou um modelo Valentino para usar um pretinho nada básico preto curto e com decote ombro a ombro para “se vingar” do ex-marido, até então Príncipe Charles, no dia em que ele admitiu a traição com Camilla Parker-Bowles em rede nacional. Significou algo quando Melania Trump usou uma jaqueta “I Really Don’t Care, Do U?” para visitar crianças migrantes enquanto seu marido, Donald Trump, fazia campanha por algumas das mais rígidas restrições de imigração na história. Significou algo quando as mulheres usaram branco no Estado da União em 2019, a mesma cor usada pelas sufragistas. Significou algo quando Lily Gladstone usou um vestido Gucci com bordado de um designer indígena após se tornar a primeira nativa americana indicada ao Oscar para melhor atriz. Significou algo quando a juíza da Suprema Corte americana, Ketanji Brown Jackson, usou uma gola de búzios, símbolos de resistência à escravidão, na posse de Donald Trump, mesmo dia que se celebra Martin Luther King.

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E por aí vai…

É claro que Kate Middleton pode — e deve — fazer o que quiser com seu guarda-roupa. Mas o poder dela sempre foi expresso por meio do estilo, inclusive, quando usar a voz não era uma opção. Agora, sendo inegavelmente um ícone fashion, não tem como simplesmente apagar esse interesse da imprensa ou do público. O que nos resta, então, é torcer para que a princesa deixe uma fresta de seu armário entreaberta.

Kate veste blazer marrom Petar Petrov, blusa de gola alta preta, calça risca de giz Max Mara e sapatos Russell & Bromley na National Portrait Gallery
Kate veste blazer marrom Petar Petrov, blusa de gola alta preta, calça risca de giz Max Mara e sapatos Russell & Bromley National Portrait GalleryKarwai Tang/WireImage/Getty Images
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