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Sem pressa, com Trump ao longe: a visão do presidente do banco central dos EUA

Na primeira decisão de política monetária nos Estados Unidos sob presidência de Donald Trump, os investidores acompanharam de perto a decisão do Federal Reserve, o banco central do país, interessados em saber o que a autoridade espera para as políticas do novo mandato republicano. Mas não veio muita coisa. O presidente do Fed, Jerome Powell, foi claro: “Não vou discutir nenhuma declaração de autoridades eleitas.”

O chairman do Fed evitou responder perguntas relacionadas ao novo governo porque, para ele, só será possível tomar medidas relativas ao mandato do Fed – controle da inflação e máximo emprego – quando (e se) efetivamente houver mudanças em relação às decisões do novo presidente. Até lá, falar sobre políticas tarifárias e outras questões são especulações.

“Powell se distanciou de conflitos políticos e saiu da linha de tiro e eu tenho impressão que o próprio Trump não tem interesse em problematizar a política monetária nesse momento”, afirma Alexandre Mathias, economista e estrategista-chefe da corretora Monte Bravo. “Isso deve ficar como ameaça latente.”

O dirigente do Fed reforçou que o que importa para a autoridade é o seu duplo mandato: a convergência da inflação para a meta de longo prazo de 2% ao ano e a garantia de máximo emprego. No comunicado da decisão de hoje, o Fed retirou a menção à melhora da inflação, mas Powell fez questão de lembrar que foi apenas uma mudança textual e que a percepção segue positiva, com números recentes compatíveis com o objetivo da entidade.

“Powell destacou que o mercado de trabalho não representa uma fonte significativa de pressões inflacionárias”, afirma Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Reserach . “Sobre os próximos passos, ele indicou que não há um curso pré-determinado e que não há pressa para ajustar a política monetária.”

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Analistas mais uma vez reforçaram que o Fed continua evitando dar peso para “um ou dois dados”, já que o importante é a tendência como um todo. Até aqui, a avaliação da própria autoridade é de que a política monetária está calibrada para equilibrar a inflação e o emprego. Os dados do Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), indicador favorito do Fed para acompanhar a inflação, está em 2,8%, acima da meta. No entanto, por efeitos estatísticos, o primeiro quadrimestre do ano passado trouxe números altos, que não devem se repetir esse ano e podem abrir um alívio grande, até a faixa dos 2,3%, segundo Mathias, da Monte Bravo. Isso pode representar um espaço para que o Fed volte a cortar juros em breve.

“O Fed realmente não está agressivo Eles reforçaram que estão dependentes de dados e provavelmente estão mais neutros agora do que já foram há algum tempo”, afirma Scott Helfstein, chefe de estratégias de investimentos da Global X. “Os mercados precificaram a pausa, e os fundamentos, em vez das taxas de juros, conduzirão o próximo movimento das ações.”

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