Incrustado em um quarteirão que abriga um complexo de hospitais de destaque na América Latina, o Instituto do Coração (InCor) celebrou seus 48 anos de existência, comemorado em janeiro, nesta quinta-feira, 30, ao lado de médicos, funcionários e pacientes. Com uma apresentação da banda formada por servidores, a InCordes, profissionais relembraram o início da carreira na unidade e a importância de oferecer um tratamento que une dedicação e excelência a pacientes que enfrentam duras lutas contra doenças cardiovasculares e pulmonares ou necessitam de um transplante.
Parte do Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o InCor iniciou suas atividades em 10 de janeiro de 1977 e o primeiro paciente foi submetido a um cateterismo cardíaco. Desde então, já foram mais de 12 milhões de atendimentos, incluindo 250 mil consultas, e quase 4 milhões de diagnósticos realizados.
Pelos corredores e leitos do local, passaram os principais expoentes da cardiologia nacional, caso de Euryclides Zerbini, líder da equipe que realizou o primeiro transplante de coração da América do Sul, e Adib Jatene, que desenvolveu técnicas utilizadas ao redor do mundo em cirurgia cardíaca. A presença de nomes que são referência na área continua sendo uma marca do hospital, que compõe a lista dos melhores centros de saúde do mundo, segundo o ranking “World’s Best Specialized Hospitals 2025”, da revista americana Newsweek. Na 18ª posição, o InCor está pelo quinto ano consecutivo como o melhor hospital da América Latina na categoria “cardiologia”.
“O InCor foi criado no tripé da assistência, do ensino e da pesquisa em cardiologia, pneumologia e cirurgia cardíaca. O brilhantismo daqui está no fato de que as pessoas mudam, muda o governo, mas a política de saúde é contínua”, diz Roberto Kalil Filho, presidente do Conselho Diretor do hospital.
O cardiologista, conhecido por ser” o médico dos presidentes”, incluindo Luiz Inácio Lula da Silva, está no hospital desde 1986 e, além do atendimento dos pacientes e atuação em projetos que promovem avanços para o tratamento de doenças que afetam o coração, também participa de atividades festivas, até se fantasiando como Batman para as crianças atendidas na unidade. “É um sonho fazer parte do InCor. Temos um corpo médico multidisciplinar e é como uma grande família.”
Show para celebrar
Hospital tem seus espaços de silêncio, mas a banda InCordes está liberada para animar os pacientes e seus acompanhantes. No térreo, longe dos leitos com os quadros graves, o grupo formado em 2018 fez uma breve apresentação e não precisou de muito para desfazer expressões de preocupação e fazer com que as pessoas balançassem o corpo ao som de Steve Wonder e Beatles. “Imagine”, a canção que Kalil mais gosta de tocar, estava no repertório.
“Esse hospital é maravilhoso, não tem nada igual. Já faz 20 anos que venho aqui, tive três infartos e coloquei três stents”, relatou a paciente Ismênia Oliveira, de 85 anos, que parou para ver a banda. “Eu também sou musicista. Toco acordeão, teclado e violão.”
Coordenadora da UTI cirúrgica e do serviço de anestesia, Filomena Galas trabalha há 37 anos no InCor e destacou que o diferencial do hospital, que tem quase 90% dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), é a união entre o amor às pessoas que sofrem com graves doenças com o atendimento de ponta.
“Nós temos compaixão pelo paciente e queremos que a jornada dele e de seus familiares seja a mais amena possível. Com dedicação e competência, temos os melhores resultados”, finaliza.