No último dia 23, um exercício militar encabeçado pelo presidente Nicolás Maduro levou a uma movimentação atípica na fronteira do Brasil com a Venezuela. Além do reforço e da mobilização de tropas na região, veículos blindados se dirigiram até uma zona que, apesar de ser considerada neutra, raramente é cruzada.
Militares e diplomatas foram pegos de surpresa. Chamado de Escudo Bolivariano 2025, o treinamento não foi previamente comunicado ao governo brasileiro.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, entrou em contato com o chanceler venezuelano e cobrou explicações sobre o que estava acontecendo. Na ligação, o auxiliar de Maduro minimizou a movimentação das tropas, disse que o avanço sobre a região não foi intencional e pediu desculpas pelo o que considerou um erro e um mal entendido.
O governo venezuelano também avisou que iria cessar a operação – o que de fato aconteceu.
Na véspera da Escudo Bolivariano, o regime de Maduro emitiu um comunicado informando que a ação visava alcançar uma alta capacidade de reação diante das “ameaças à soberania e à paz no país” no país.
Poderio bélico da Venezuela
No meio militar, o poderio bélico da Venezuela é alvo de dúvidas. O regime de Maduro foi turbinado com equipamentos, como mísseis, tanques e aviões de combate, principalmente da Rússia e da China.
Apesar disso, integrantes da cúpula militar brasileira diminuem o poderio do país vizinho. Informações de inteligência dão conta que uma relevante parte das aeronaves russas, apesar de serem consideradas as mais potentes do planeta, está obsoleta e precisando de manutenção e peças para funcionar.
Em outubro, militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica se deslocarão até a fronteira com a Venezuela para fazer o maior exercício militar do ano, mobilizando tanques, aeronaves e armamentos pesados para região.
Oficialmente, trata-se de um treinamento de praxe. Na prática, porém, oficiais admitem que o exercício é uma demonstração de força – e, que, portanto, é melhor ninguém sair do seu quadrado.