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Quem disputará o segundo turno da eleição no Equador

O presidente do Equador, Daniel Noboa, conhecido por suas políticas duras na área de segurança e uso hábil das redes sociais, não conseguiu obter a maioria dos votos no domingo 10, levando as eleições do país a um segundo turno contra a esquerdista Luisa González, que ele derrotou na última corrida presidencial.

Com cerca de 96% dos votos apurados nesta segunda-feira, 10, Noboa conquistou 44,37%, enquanto González (a mais competitiva de seus 15 oponentes) teve 43,86%. O segundo turno será realizado em 13 de abril.

Pesquisas de opinião antes do pleito sugeriram que Noboa, 37 anos, conseguiria a maioria dos votos ainda no primeiro turno. Mas a disputa se provou acirrada, em aparente sintoma da ambivalência causada pela tática de punho de ferro contra o crime no Equador.

Quem são os candidatos

Em um discurso para seus apoiadores em Quito, González disse que sua campanha havia capturado “o sentimento de um povo que foi esquecido”. “Não queremos um estado de guerra, queremos a construção da paz”, declarou.

A política de 47 anos pertence ao Movimento Revolução Cidadã, partido liderado pelo ex-presidente Rafael Correa, uma figura poderosa e polarizante. Muitos eleitores expressam certa nostalgia pelas baixas taxas de criminalidade e economia forte que caracterizaram seu mandato, enquanto outros criticam seu estilo autoritário e os escândalos de corrupção pelo qual foi condenado.

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Já Noboa, formado pela escola de política da Universidade de Harvard, vem de uma das famílias mais ricas do Equador, cuja fortuna foi construída em parte com exportações de banana. Há cinco anos, era um desconhecido na cena política, até ser eleito em 2021 para o legislativo, onde cumpriu um mandato.

Agora, ocupa há pouco mais de um ano o cargo de presidente – ele foi eleito em 2023 apenas para completar o mandato de Guillermo Lasso, que sofreu impeachment por acusações de peculato.

Durante anos, o movimento esquerdista de Correa definiu a política equatoriana. Alguns analistas afirmam que os resultados no domingo demonstraram que popularidade é resiliente – outros avaliam que a direita capturou as atenções do eleitorado com a bandeira da “lei e ordem”. O que está em jogo é a direção que o Equador tomará enquanto luta contra violência generalizada e altos índices de desemprego, que levaram dezenas de milhares de imigrantes para os Estados Unidos. O país também passa por uma crise energética, com cortes prolongados na rede nacional.

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Crise de segurança

Críticos de Noboa acreditam que, se ele for reeleito, pode haver consequências preocupantes para as normas democráticas, o estado de direito e as liberdades civis.

No ano passado, depois de uma série de revoltas em presídios, o presidente declarou “estado de conflito armado interno”, o que lhe permite despachar militares para fazer o papel da polícia nas ruas e prisões do país. Pegando páginas emprestadas do manual de Nayib Bukele, de El Salvador, construiu mega-prisões e prendeu centenas de milhares de pessoas. Ele também mandou a polícia para a Embaixada do México em Quito para prender um político equatoriano acusado de corrupção, no que foi visto como uma violação descarada do protocolo diplomático.

Seus apoiadores o enxergam, por sua vez, como líder ousado, disposto a quebrar as regras para enfrentar forças corruptas. Sua vitória em 2023 foi parcialmente alimentada pelo desejo por mudanças no campo da segurança (a campanha em si foi sangrenta naquele ano, com um candidato assassinado e dezenas de ameaças de morte). Em abril, os equatorianos endossaram sua abordagem linha-dura na área de segurança ao aprovarem, por meio de um referendo, uma lei para permitir a presença militar nas ruas e dar ao presidente mais poderes para combater a violência de gangues.

Apesar das medidas duras, o crime continua generalizado. Nos últimos cinco anos, o tráfico de drogas se expandiu, atraindo grupos criminosos internacionais e desencadeando níveis extraordinários de violência numa nação antes considerada pacífica. No mês passado, houve mais mortes violentas do que em qualquer mês nos últimos três anos, de acordo com dados da polícia.

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