A bancada fluminense do Partido dos Trabalhadores enviou, nesta quinta-feira, 27, um ofício ao Ministério Público Federal para proibir a realização de um almoço comemorativo ao golpe de estado que depôs João Goulart, em 1964. O evento está programado para o dia 31 de março, quando o início da ditadura completa 61 anos, e é organizado pelo Clube Militar, com sede na Lagoa, na Zona Sul do Rio. Para o partido, o ato celebra a “violação sistemática de direitos humanos” e a “instauração de um regime autoritário”, com “apologia a crimes contra a democracia e a ordem constitucional”.
Divulgado nas redes sociais do Clube Militar, o evento, realizado todos os anos, é chamado de “rememoração do movimento democrático de 31 de março de 1964”. Os ingressos para a celebração são vendidos pelo valor de 100 reais cada, e está previsto discurso do desembargador aposentado Sebastião Coelho, conhecido por falas contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O documento, enviado pelo PT também ao Ministério Público do Rio, pede que sejam instauradas investigações para apurar a natureza e os objetivos do evento, e que sejam adotadas medidas judiciais para sua imediata proibição. A sigla também apela para que os organizadores e participantes sejam responsabilizados nos âmbitos civil e criminal.
“A glorificação de um dos períodos mais obscuros da história brasileira é uma afronta à memória das famílias vítimas dessa violência e incita a população a ideias fascistas e antidemocráticas, como as que motivaram o atentado de 8 de janeiro de 2023”, afirma a deputada Marina do MST (PT), líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.