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PT dá luz a Eduardo e repete erro que levou Bolsonaro ao Planalto

Quando era apenas um parlamentar do baixo clero da Câmara, Jair Bolsonaro vivia a provocar petistas pelo Congresso, em busca de reações e de brigas que atraíssem os holofotes da imprensa para o seu discurso contra ideologias de esquerda no Parlamento.

Bolsonaro falava barbaridades que sabia que iriam instigar parlamentares de esquerda e chamar a atenção da imprensa. Com isso, colocava a cobertura jornalística — a famosa disputa pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara, por exemplo, rendeu dias de “JN” para Bolsonaro e seus aliados — e seus opositores para divulgar seu nome e suas ideias, ainda que com críticas. Quem pensava como ele acabava recebendo a mensagem. Foi assim, por exemplo, quando ele pediu o fuzilamento de FHC, provocando reações do meio político.

“Se eu não peço o fuzilamento de Fernando Henrique Cardoso, ele jamais estaria me entrevistando aqui agora”, disse Bolsonaro a Jô Soares em 2005, feliz da vida em sentar no sofá do apresentador.

Nessa entrevista ao saudoso apresentador, o deputado explicou que sua forma aparentemente tresloucada de agir no Legislativo era, na verdade, um método para aparecer que o tornou conhecido em todo o país — e deu no que deu.

Seguindo os passos do pai, Eduardo Bolsonaro tem conseguido usar o petismo a seu favor, nessa história do passaporte. O filho do ex-presidente é deputado, exerce o mandato e tem a garantia, por viver numa democracia, de poder defender ideias sem ser punido por isso.

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Os petistas, que sempre criticaram a ditadura, agora querem tirar do parlamentar o direito de criticar decisões do Judiciário que afetam o pai e seu grupo político. Logo o PT que colocou meio mundo contra o Judiciário quando Lula estava prestes a ser preso por corrupção no esquema da Petrobrás. Além de incoerente, o petismo trabalha com afinco para legitimar o discurso bolsonarista. Afinal, o que dizer de um país que tira direitos de um parlamentar por exercer seu direito de crítica e contraditório?

Ao converter a questão do passaporte de Bolsonaro numa novela acompanhada pela imprensa, com atos do STF e manifestações da PGR, o petismo mantém Eduardo em evidência. É o que o deputado precisa para chegar em 2026 com chances de vencer a disputa ao Senado por São Paulo ou — quem duvida? — até mesmo ser candidato ao Planalto apoiado pelo pai dele.

Ignorando as ideias e argumentos de Eduardo Bolsonaro, o fato é que o filho do ex-presidente está torcendo para que o STF retire seu passaporte sob o argumento de que a Corte não pode ser criticada fora do país.

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Não é sem motivo que Bolsonaro, o irmão Flávio e outros bolsonaristas de proa mergulharam nesse tema, nas redes, para explorar a tal “perseguição” e o “risco” de Eduardo perder o passaporte por denunciar e criticar as decisões da Justiça brasileira. Falou-se até na fuga do deputado do Brasil, num evidente delírio voltado a agradar seguidores nas redes.

Ao ser provocado pelo PT, o ministro Alexandre de Moraes adotou uma medida padrão na Corte: abriu prazo para que a PGR se manifestasse sobre o pedido. É assim em todo processo no tribunal. Até aí, não há nada fora do jogo. Apontar um “risco” de que Eduardo vá perder o passaporte por causa da manifestação da PGR só revela como o bolsonarismo tenta mesmo tirar todo proveito possível do caso. E o petismo caindo, como sempre.

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