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Proibição do celular faz escolas se adaptarem e colocam pais no alvo do processo

Muito antes de o presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionar a lei 15.100/25, que proíbe o uso do celular nas escolas do país – o que ocorreu há uma semana –, as instituições particulares já estavam se organizando para impor novos limites. As discussões sobre o exagero do uso dos aparelhos já estavam em pauta, porque já existia uma preocupação real dos educadores com o assunto. São conhecidos os estudos que provam que o excesso de estímulos visuais e auditivos prejudicam a capacidade de concentração e de memorização, além de causar outros transtornos como a fobia social.

Desde o início das conversas sobre o tema, a dúvida sempre foi como convencer as crianças e adolescentes que o abuso da tela de fato causa problemas. Alguns pais apoiam mudanças, outros, não, porque estão tão obcecados pela vida digital como os filhos. Sem contar que os celulares, muitas vezes, fazem o papel de uma “babá”, deixando as crianças distraídas e aparentemente fora do perigo e do controle. “Sabíamos que alguma coisa precisava ser feita”, diz a diretora do Colégio Magno, escola localizada em São Paulo. “A ideia de uma lei impositiva não agrada a maioria dos educadores, mas vai obrigar a todos a discutir o assunto, inclusive os pais.”

Um passo a frente

No ano passado, a escola paulistana saiu na frente com algumas determinações nesse sentido. Proibiu os alunos do Fundamental 1 e da Educação Infantil de levar os celulares para escola, assim como sempre fizeram com os brinquedos. Já os mais velhos ficaram impedidos de usá-los em sala de aula, mas liberados de acessá-los nos intervalos. Outra medida foi instalar filtros no wi-fi, que impedem a conexão de filmes em streaming e de redes sociais. Os alunos não gostaram. “Chegaram a dizer que o rendimento escolar melhorou, que estavam mais atentos e interagindo mais com os amigos”, diz Claudia. Mesmo assim mostraram descontentamento com o sequestro dos aparelhos. Uma situação tensa.

Agora o Magno está instalando armários para os celulares ficarem trancados, como manda a lei. O retorno dos alunos sob normas ainda mais rígidas preocupa a direção. A partir deste ano, o celular só pode ser usado fora dos colégios. Gestores de diferentes escolas discutem sanções aos jovens que desrespeitarem as regras. Entre as possibilidades, advertência e suspensão. A medida não está prevista na lei, mas é necessária para que seja respeitada, uma vez que não existe o entendimento entre os alunos do benefício do controle.  “Eles sequer conseguem enxergar que o distanciamento da tela pode trazer opções vantajosas”, diz Claudia. O desafio vai ser grande.

Enquanto isso, as escolas públicas estão esperando que o encaminhamento de uma cartilha com os procedimentos adequados para a implantação da lei. O Brasil tem mais de 130 mil escolas públicas, com diferentes realidades. Ao contrário das escolas privadas, precisam ter unidade na forma de lidar com a questão. Uma das preocupações e necessidade é o treinamento   dos funcionários, que serão os carcereiros dos celulares e os fiscais. Em São Paulo, estado que aprovou a lei um mês antes, as escolas estaduais e municipais terão de redigir seus decretos que irão implementar a regulamentação do processo no início do ano letivo”, diz a deputada Marina Helou (Rede Sustentabilidade – SP), autora da lei paulista. Em outras palavras, nas escolas públicas, ainda é preciso esperar para ver como vão proceder, porque o embate com os alunos será ainda maior.

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Leia:

+ https://veja.abril.com.br/tecnologia/sao-paulo-abre-debate-sobre-limites-e-riscos-do-celular-na-sala-de-aula

+ https://veja.abril.com.br/educacao/tire-suas-duvidas-sobre-a-lei-que-proibe-o-uso-de-celulares-nas-escolas

 

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