O presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, não compareceu a uma segunda convocação oficial para prestar esclarecimentos sobre o decreto de lei marcial que ele emitiu no início deste mês. O decreto de lei marcial foi o estopim para a deflagração do processo de impeachment de Yoon no Parlamento.
O interrogatório estava marcado para a manhã desta quarta-feira, 25, (horário local), conforme solicitação do Escritório de Investigação de Corrupção para Oficiais de Alto Nível (CIO). Yoon ignorou a primeira convocação, marcada para semana passada.
Um funcionário da agência disse que continuaria esperando por Yoon nesta quarta, acrescentando que precisaria revisar o caso mais detalhadamente antes de buscar um mandado de prisão, informou a agência de notícias Yonhap. Um oficial de uma unidade de investigação conjunta, da qual o CIO faz parte, disse a repórteres que não havia recebido nem uma resposta de Yoon ou um documento para a nomeação de seu advogado.
Seok Dong-hyeon, advogado do presidente afastado, afirmou à imprensa na terça-feira que era improvável que Yoon comparecesse ao interrogatório de quarta-feira, acrescentando que determinadas condições ainda não haviam sido atendidas. A ausência de respostas às convocações para interrogatório têm gerado críticas e pedidos de prisão do presidente afastado por parte da oposição, que cita preocupações com possíveis destruições de provas.
Em um discurso televisionado em 7 de dezembro, quatro dias após a declaração da lei marcial, Yoon pontuou que não fugiria da responsabilidade legal e política por suas ações.
Ele foi destituído pelo Parlamento em 14 de dezembro em razão da imposição da lei marcial. Agora, deve enfrentar um julgamento no Tribunal Constitucional sobre se deve ser removido do cargo ou ter seus poderes presidenciais restaurados.
Promotores, a polícia e o escritório de investigação de corrupção lançaram investigações sobre Yoon e outros funcionários, buscando acusações de insurreição, abuso de poder ou outros crimes. Insurreição é uma das poucas acusações para as quais um presidente sul-coreano não tem imunidade. O caso pode resultar em uma sentença de prisão perpétua ou até mesmo em pena de morte, segundo a AFP.
(com Agências)