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Podem criticar à vontade: Trump consegue uma vitória atrás da outra

Uma coisa é criticar, outra é não aceitar a realidade. Em todas as instâncias em que apelou para a política do trator, ameaçando interlocutores com as piores consequências, Donald Trump conseguiu o que queria.

Pode não ser bonito, pode não se convencional, pode ter consequências negativas no médio ou no longo prazo. Mas está funcionando. E o que Trump exigiu em troca não foi nenhum absurdo. Do México e do Canadá, que entrou na história meio por acaso, controles fronteiriços mais efetivos, principalmente por causa do mortífero fentanil, a droga que mata tantos milhares de americanos. A menos de 24 horas do prazo final, ambos os governos aquiesceram.

O Panamá cedeu e não vai renovar o acordo para entrar na Nova Rota da Seda, a política de expansão da influência chinesa. Do ponto de vista americano, faz sentido. Embora não seja efetivamente real que a China já controle o Canal do Panamá, um dos maiores gargalos estratégicos do planeta, impedir que isso venha a acontecer interessa aos americanos, inclusive aqueles que choram ajoelhados no carpete com a vitória do presidente e seu estilo de jogo bruto.

A maioria dos americanos não aprova a situação de total descontrole na fronteira com o México ocorrida durante o governo Biden e a ameaça da imposição de tarifas de 25% sobre as exportações mexicanas conseguiu interferir exatamente nesse ponto. Trump também manteve um arremedo de diplomacia ao se referir à “conversa muito amistosa” que teve com a presidente Claudia Sheinbaum, na qual “ela concordou imediatamente em fornecer dez mil soldados mexicanos” para patrulhar a fronteira.

Para reforçar o policiamento, Justin Trudeau anunciou até um “czar do fentanil”, embora o tráfico seja insignificante, ao contrário do que acontece na fronteira com o México.

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TÁTICA BRUTAL

A presidente mexicana fez muito bem em resistir à tentação patrioteira e ceder. Não há nenhum demérito nisso. A suspensão do tarifaço é boa para o México, para o Canadá, para os Estados Unidos e para o mundo. Excetuando-se quem estava torcendo para ver os americanos se dar mal, tendo que pagar mais pela cerveja ou outros produtos importados no México, todos podem entender como as sobretaxas seriam gravemente prejudiciais para a economia mexicana.

A tática brutal de entrar numa negociação exigindo condições extremas é conhecida desde o tempo em que Donald Trump era um empresário do ramo imobiliário em Nova York e escreveu um livro a respeito. Foi isso que ele fez com o México: tarifas de 25% ou disposição de ajudar no controle de imigrantes clandestinos e das quantidades espantosas de fentanil que são traficadas entre os dois países.. Isso é um problema dos americanos? Com certeza. Mas diminuir a oferta também é importante.

No cômputo final, são os mexicanos os mais prejudicados pelo poder imenso dos cartéis do tráfico, alimentado pelo vício dos americanos

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O trânsito de pessoas sem documento na fronteira já caiu drasticamente e o acordo com a presidente mexicana de esquerda deve influir mais ainda nisso.

Do ponto de vista de Trump, também é uma vitória a intervenção de Elon Musk na agência de ajuda externa Usaid, transferida para o controle do secretário de Estado, Marco Rubio.

“LUNÁTICOS RADICAIS”

É curioso ver como publicações associadas a uma visão de esquerda estão lamentando a intervenção no órgão, considerado no passado um dos maiores instrumentos do imperialismo americano. Presentemente, a Usaid distribuía não apenas a farinha no saco com a bandeira americana que ajuda combater a forme em países em crise, mas também verbas para Ongs esquerdistas, principalmente no campo ambiental. Imaginem a ironia: o contribuinte americano pagando a conta de quem prega a destruição da superpotência.

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Inicialmente, Musk propôs que a agência fosse simplesmente fechada, pois não tinha salvação. Pelo retrato que apresentou, Trump disse que era dirigida por “lunáticos radicais”. Um pouco menos exagerado, Rubio disse que a Usaid não seguia as políticas determinadas pelos governos, mas sim a própria agenda.

“Ela tem uma história de ignorar (os interesses nacionais e decidir que é de alguma maneira uma entidade filantrópica global”, criticou Rubio. “Em muitos casos, participa de programas que vão contra o que estamos tentando fazer em nossa estratégia nacional”.

Como a agência foi criada pelo Congresso, em 1961 (os dinossauros se lembrarão do Acordo Mec-Usaid da época do regime militar brasileiro e dos protestos que causava), qualquer mudança tem que ser aprovada pelo legislativo.

Para a turma trumpista, a intervenção é mais uma vitória a ser comemorada.

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