A Polícia Federal deflagrou, nesta terça, uma operação para desarticular uma organização criminosa especializada em cometer fraudes contra o INSS.
O esquema, segundo a PF, funcionaria por meio de um “complexo esquema articulado para a obtenção de valores mediante saques ilegais de benefícios previdenciários”.
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“A Operação Caça ao Tesouro busca cessar as atividades da organização criminosa em questão, cujos valores efetivamente sacados a partir de benefícios fraudulentos somam mais de 50 milhões de reais. Com a interrupção das atividades do grupo, que atua há mais de 10 anos, projeta-se que o prejuízo evitado gire em torno dos 9 milhões de reais por ano”, diz a PF.
A investigação foi iniciada em 2022, com base na prisão em flagrante de um homem que tentava sacar valores oriundos de benefícios previdenciários obtidos por meio de fraude.
“As apurações decorrentes da prisão desvendaram a atuação de uma estruturada organização criminosa, a qual conta com o envolvimento de diversos profissionais que utilizam seus cargos ou os conhecimentos técnicos de suas respectivas áreas de atuação para implementar, sacar, manter e reativar benefícios fraudulentos”, diz a PF.
O grupo contava com a atuação de servidores do INSS, advogados, escrevente de cartório e profissional de gráfica.
Os funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social inseriam os dados nos sistemas da previdência social para a prática das fraudes, com os demais integrantes sendo coautores ou partícipes desse crime. As apurações revelaram pelo menos 193 benefícios sacados pela organização criminosa.
No curso das investigações, a Polícia Federal contou com o apoio da Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social, órgão pertencente à estrutura do Ministério da Previdência Social.
Os investigados poderão responder pelos crimes de inserção de dados falsos em sistemas de informações (peculato digital) e organização criminosa. Se somadas, as penas máximas podem chegar até 22 anos de reclusão, além de multa.