A população brasileira tem pouquíssimo conhecimento sobre as investigações e as conclusões da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de estado que teria ocorrido no final de 2022 logo após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial e se divide sobre a participação do então presidente Jair Bolsonaro na conspiração.
A conclusão está em pesquisa feita pelo instituto Ipec/Ipsos entre os dias 7 e 11 de março, cerca de duas semanas antes do início do julgamento de Bolsonaro e outros sete acuados pela Procuradoria-Geral da República de participação na conspiração – o Supremo Tribunal Federal marcou a análise do recebimento da denúncia para 25 de março.
Segundo a pesquisa, 42% se disseram “pouco informados” sobre o trabalho da PF no caso e outros 25% responderam estar “nada informados” sobre a investigação – ou seja, somados, dois em cada três entrevistados afirmaram estar pouco ou nada informados sobre o caso que pode transformar Bolsonaro e alguns de seus principais ex-auxiliares em réus e até levá-los á prisão. Entre os entrevistados, 13% disseram estar “muito informados” e outros 19% afirmaram estar “informados” — 2% dos eleitores não souberam ou não quiseram responder.
Quando questionados sobre a participação de Bolsonaro na conspiração para impedir a posse de Lula, 42% responderam que “ele participou” e 45% disseram que “ele está sendo perseguido politicamente”. Para a PF, que indiciou o ex-presidente, e a PGR, que o denunciou, ele teve participação ativa no plano para subverter a democracia no país. Outros 13% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder.
A pesquisa
O Ipec/Ipsos fez 2.000 entrevistas em 131 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
