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Perto de virar réu, Bolsonaro tenta mostrar força política em Copacabana

Perto de virar réu no processo que apura o seu envolvimento em uma tentativa de golpe de estado no final de 2022 para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente Jair Bolsonaro tenta mostrar força política e reunir uma multidão de apoiadores na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, a partir das 10h. Embora os principais motes sejam a anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro e a defesa de uma estratégia para derrotar Lula em 2026, o pano de fundo do ato é dar sobrevida política a Bolsonaro.

A manifestação vai ocorrer três dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter marcado para o próximo dia 25 de março o início do julgamento do ex-presidente e mais sete acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no caso, entre eles figuras graduadas do seu governo, como os generais Walter Braga Netto (seu candidato a vice na chapa de 2022), Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira — todos ex-ministros de seu governo –, o tenente-coronel Mauro Cesar Cid (seu ex-ajudante de ordens e agora delator) e o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha e o único chefe das Forças Armadas que teria se colocado à disposição de um golpe de estado.

Se a maioria decidir que a acusação do procurador-geral Paulo Gonet deve ser aceita, Bolsonaro e outros investigados que integram o “Núcleo 1” da denúncia se tornarão réus. A partir daí, terá início a ação penal que, depois de ouvidas todas as partes de defesa e da acusação, será levada a julgamento para decidir se o ex-presidente e os investigados serão condenados ou não pelos crimes imputados pela PGR. O julgamento será feito pela Primeira Turma do STF, composta pelo relator, Alexandre de Moraes, e os ministros Cármen Lúcia, Luiz Fux, Flávio Dino e Cristiano Zanin. A julgar pelos perfis dos integrantes do colegiado, são pequenas as chances de Bolsonaro sair vitorioso do caso.

Pautas da manifestação

Oficialmente, a convocação do ato em Copacabana tem outros motivos. Bolsonaro vem insistindo, nas convocações que dirige aos apoiadores nas suas redes sociais e nas andanças que tem feito pelo país, que a manifestação terá como pautas a anistia aos condenados e acusados pelo 8 de Janeiro e o início de um esforço eleitoral para derrotar Lula na eleição de 2026, quando ele próprio, Bolsonaro, imagina ser candidato — hoje, ele está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Parte de seus apoiadores queria que houvesse vários atos pelo país e que eles pedissem o impeachment do petista, mas Bolsonaro não só discordou, como forçou que protestos em outras cidades fossem desmarcados. Por fim, Bolsonaro acabou abrindo mão da concentração única em Copacabana e decidiu fazer um novo ato na Avenida Paulista, em São Paulo, no dia 6 de abril.

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Anistia

Nas últimas semanas, a tropa de choque bolsonarista no Congresso tem centrado forças para fazer vingar um conjunto de propostas que concede o perdão a todos os que apoiaram ou se envolveram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. A proposta beneficia o próprio ex-presidente, que é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob acusação de incitar os atos em vídeo publicado nas redes sociais.

Em entrevista ao programa Ponto de Vista, de VEJA, na quarta-feira, 12, o deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), relator da proposta, afirmou que o projeto de anistia está pronto para ser votado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e ir direto para o Plenário. “É um tema que tem uma enorme aceitação na Casa e a gente tem a perfeita convicção que iremos ganhar com uma margem significativa”, disse.

Embora a iniciativa tenha apoio de parlamentares de outros partidos além do PL, que consideram excessivas as punições aos condenados pelo quebra-quebra golpista, o temor de parte do Congresso é que a aprovação da medida embuta algum meio de anistiar completamente Bolsonaro e devolvê-lo ao jogo eleitoral em 2026.

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Palanque cheio

Entre os participantes confirmados da manifestação em Copacabana estão os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), o presidente do PL, Valdemar Costa Netorecém-liberado para manter contato com Bolsonaro –, deputados e senadores bolsonaristas. Também está prevista a participação de familiares de presos por envolvimento nos atos.

A manifestação está sendo organizada e custeada pelo pastor Silas Malafaia, aliado de primeira hora de Bolsonaro e que também foi responsável pelas manifestações realizadas nos últimos anos em Copacabana e na Avenida Paulista, em São Paulo.

Inicialmente alardeando uma estimativa de público de 1 milhão de pessoas para este domingo, Bolsonaro recuou nos últimos dias e afirmou que espera agora reunir “ao menos” 500.000 apoiadores no ato.

 

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