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Os médicos multitarefas

Uma pessoa que sente o coração acelerar demais durante uma atividade física geralmente busca um cardiologista. Quem enfrenta dificuldades com a balança costuma consultar um nutricionista. No caso de problemas no sexo, um urologista ou um ginecologista são frequentemente as primeiras opções, assim como, em casos de osteoporose, geriatras costumam ser indicados. Pediatras, por sua vez, lidam com crianças cujo crescimento não acompanha o ritmo esperado. Em todos esses casos, um outro profissional pode ser o mais recomendado para lidar com as possíveis causas hormonais desses problemas: o endocrinologista.

Especializado em diagnosticar e tratar as doenças ligadas a distúrbios hormonais e metabólicos, esse profissional atua em uma ampla variedade de condições de saúde, relacionadas às principais glândulas do corpo humano, como a tireoide, o pâncreas, os testículos e os ovários. Essas glândulas produzem substâncias essenciais para regular as funções do organismo. Muitas vezes de forma sutil, o desequilíbrio em sua atividade explica uma série de sintomas de moléstias.

É precisamente por atuar em tantos aspectos diferentes do funcionamento do organismo que esses especialistas são tão importantes, ainda que, para os pacientes, nem sempre suas atribuições sejam claras. Devido à amplitude de sua atuação, muitos endocrinologistas assumem também a função de prestar o primeiro atendimento, como explica Felipe Henning Gaia Duarte, endocrinologista e presidente da regional paulista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. “O endocrinologista é também um clínico geral que, em sua função mais específica, atende qualquer pessoa com suspeita de alteração na produção de hormônios”, afirma.

Diagnósticos sofisticados

A produção excessiva ou insuficiente de hormônios explica uma série de doenças. A tireoide, sozinha, é responsável por diversas funções essenciais, que podem justificar, por exemplo, o aumento dos batimentos cardíacos sem razão aparente. O excesso de hormônios produzidos por essa glândula também pode levar a episódios de nervosismo súbito, sem justificativa lógica. Por outro lado, quando a tireoide reduz sua atividade, a pessoa pode começar a sentir frio excessivo e a usar blusas em ambientes onde ninguém mais parece desconfortável. Outro sintoma característico de insuficiência da tireoide é a perda do terço final das sobrancelhas.

Quando o problema está na glândula pituitária — pequena, do tamanho de uma ervilha, localizada na base do cérebro —, diferentes sintomas podem se manifestar. Por exemplo, crescimento insuficiente ou excessivo do corpo, geralmente na juventude, mas eventualmente até na fase adulta. Esse crescimento exagerado pode incluir o aumento das mãos e dos pés. A glândula minúscula também regula a produção de leite materno — mulheres que não estejam grávidas nem amamentando e começam a expelir leite pelas mamas provavelmente enfrentam algum problema na pituitária.

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Os endocrinologistas são, portanto, profissionais relevantes para uma série de situações, incluindo aquelas que lhes conferem maior notoriedade, como o tratamento de diabetes. “Há uma série de doenças que esses médicos estão habilitados a tratar, mas as mais procuradas costumam ser as alterações metabólicas, especialmente o diabetes e as dificuldades que geram aumento de peso”, afirma Duarte. Como a pessoa sabe se precisa de um endocrinologista? “Um bom clínico geral, com os exames adequados em mãos, vai encaminhar os pacientes.”

Publicado em VEJA, janeiro de 2025, edição VEJA Negócios nº 10

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