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O retorno da obra-prima do rock mais odiada pelos críticos de rock

Os dinossauros do rock progressivo reinaram na terra entre o final da década de 60 e a primeira metade dos anos 70. Ao mesmo tempo em que vendiam milhões de discos e lotavam estádios, eram desprezados em muitas das resenhas das publicações musicais. Sucesso de público, fracasso de crítica.  Vários jornalistas especializados viam naquela onda um overdose de pretensão e de chatice, com músicas intermináveis falando de fadas, batalhas medievais e vida em outros planetas, entre outros temas viajandões para arranjos viajandões. Boa parte da imprensa desdenhava da turma que era conhecida pelo exibicionismo instrumental, preferindo artistas que davam o seu recado de uma forma muito mais direta. Em outros termos, aplausos para David Bowie, Iggy Pop e outros — e pedradas para bandas como o Yes.

Por ser um dos mais bem-sucedidos grupos progressivos e abraçar com fervor acima da média os cânones do gênero, o Yes virou alvo preferido dos críticos e a ira da turma alcançou potência máxima com o advento do punk, que veio chutando a porta justamente com a proposta de representar a antítese dos dinossauros — em vez de suítes intermináveis inspiradas na música erudita, bombas de três acordes com três minutos de duração. Assim, o Yes passou a ser considerado uma página a ser virada na história do  rock.

Na verdade, a extinção não se concretizou. A banda inglesa segue em turnês, já sem nenhum membro original. Será lembrada agora com o relançamento no início de março de sua obra-prima, o disco Close to the Edge, de 1972. Além da versão remasterizada do álbum, o pacote luxuoso em CD, LP e Blu-ray inclui faixas raras e um show da turnê. Confira aqui o vídeo da canção sendo executada ao vivo na época:

O Yes ficou conhecido pela constante troca de músicos ao longo de sua história e a fase Close to the Edge é considerada pelos fãs como a melhor formação, com Jon Anderson (vocais), Chris Squire (baixo), Steve Howe (guitarras), Rick Wakeman (teclados) e Bill Bruford (bateria).  Além do disco em questão, eles gravaram juntos Fragile, que tem um dos clássicos da banda, a canção Roundabout.

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No caso de Close to the Edge, o destaque é a faixa-título, com quase 20 minutos de duração. Ela começa com uma trovoada instrumental e em outra parte tem como um dos destaques um estrondoso solo de órgão de tubos gravado dentro de uma catedral. Inspirada por autores como o alemão naturalizado suíço Hermann Hesse, o Anderson canta versos como “Eu crucifiquei meu ódio e segurei a palavra dentro de minha mão/Há você, o tempo, a lógica, ou as razões que não entendemos”.

O relançamento do álbum mostra que ainda existem pessoas saudosas da época em que os dinossauros progressivos dominavam a terra. Gente capaz de dar vivas à obra-prima do rock mais odiada pelos críticos de rock.

 

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