A privatização da Sabesp pela Equatorial, concluída em julho do ano passado, ainda gerou poucos efeitos visíveis no saneamento até aqui. No início do ano, a empresa foi citada em investigações sobre a surto de vírus na baixada santista. A empresa, no entanto, negou problemas com a qualidade da água. Mas as promessas de universalizar o saneamento , expandir e modernizar a infraestrutura da água e esgoto com investimentos de R$ 260 bilhões até 2060 já rendem reconhecimento ao o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que será premiado pela LatinFinance com o prêmio “Equity Follow-On of the Year”, em Nova York na quinta-feira, 30.
O sucesso da operação, no entanto, ainda será colocado à prova nos próximos anos, dado que os resultados ainda são pouco o palpáveis. Após a privatização, a empresa anunciou um ambicioso pacote de investimentos de R$ 60 bilhões, dos quais serão destinados 15 bilhões até 2029 para expandir o fornecimento de água e a coleta de esgoto no estado de São Paulo, especialmente nas áreas de periferia e no litoral. O projeto, que deverá beneficiar milhões de paulistas, será a maior leva de investimentos simultâneos já realizada pela companhia.
O programa de investimentos da Sabesp inclui a ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Parque Novo Mundo, cujas obras vão mais do que dobrar sua capacidade de tratamento. Um total de 1,5 milhão de imóveis será conectado à rede de saneamento, com intervenções em grandes vias urbanas para acomodar os novos usuários. A conclusão desta obra está prevista para o final de março de 2027.
Além disso, a Sabesp está focada no fornecimento de água e sistemas de esgoto nas áreas de concessão de maior crescimento, como a Baixada Santista e o litoral paulista.
Dos R$ 15 bilhões previstas para os próximos três anos, cera de R$ 8,5 bilhões serão destinados ao programa Integra Tietê, voltado para a despoluição do rio Tietê, e R$ 6,5 bilhões para as demais áreas da concessão. Ao final do primeiro ciclo, 8 milhões de pessoas serão beneficiadas com a inclusão no sistema de tratamento de água e esgoto, uma mudança fundamental para melhorar a saúde pública e reduzir os custos sociais relacionados ao saneamento deficiente.
Procurada pela reportagem de VEJA para comentar o andamento das obras após os investimentos anunciados desde a privatização, a Sabesp não se manifestou até a publicação desta matéria.