As águas do litoral norte paulistano foram tomadas por uma extensa mancha vermelha, que vem sendo monitorada desde meados de dezembro pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe). No início, ela surgiu nas imagens de satélite, como um pontinho vermelho na imensidão azul, próximo ao arquipélago de Alcatrazes. Mas, com o passar dos dias, foi se deslocando até atingir as praias de São Sebastião e Ilhabela. A mudança de coloração se deve à alta concentração de Misodinium rubrum, microrganismo que, em grande quantidade, forma uma comunidade planctônica e faz parte da base da teia alimentar dos oceanos.
Apesar de não serem tóxicos, impactam o meio ambiente e o homem. Isso porque a alta concentração desses microrganismos pode provocar a diminuição do oxigênio da água e ainda servem de alimento para dinoflagelados do gênero Dinophysis, que são algas comuns em águas tropicais.
Essas, sim, muitas vezes, produzem toxinas perigosas para a saúde humana. É justamente pela ameaça que pode representar, que além do Inpe, também monitoram a maré vermelha, o Centro de Biologia Marinha da USP (CEBIMar) e com o Geospatial Computing for Environmental Research Lab (GCER) da Mississippi State University. Imagens de satélites da Agência Espacial Europeia (ESA).
Não é a primeira vez que o litoral paulista presencia esse fenômeno. Em 2016, a maré vermelha tomou conta de toda a faixa litorânea de São Paulo e também de Santa Catarina. Na época, causou a suspensão da produção e comercialização de mexilhões e ostras nas regiões.