Um total de 152 vidas foram perdidas no ano passado em acidentes aéreos no Brasil, quase o dobro do registrado em 2023, quando foram 77 mortes, e o maior número desde pelo menos 2015. Os dados são do painel de acompanhamento de ocorrências do Cenipa, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, e consideram apenas a aviação civil, ou seja, não contabilizam os voos militares.
O número de acidentes aéreos fatais, aqueles que resultaram em mortes, também cresceu, de 33 em 2023 para 44 em 2024. É um aumento de 47%. Em 2015, maior registro da série, tinham sido 47.
O total de óbitos ocorridos em 2024 é puxado para cima por conta do acidente com o avião da Voepass que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, em agosto, matando as 62 pessoas que estavam a bordo. Porém, mesmo quando descontado da conta, o número total de vítimas fatais no ano passado segue sendo um dos maiores da décadas. Nesse caso, teriam sido 90 mortes, 28% mais que em 2023 e uma marca menor apenas do que a alcançada em 2016, quando 104 pessoas morreram em acidentes aéreos civis no Brasil.
O fluxo aéreo do país, por sua vez, ficou perto da estabilidade no ano passado: ele cresceu 2,3% na comparação com 2023, contabilizando um total de 2,67 milhões de aterrisagens e decolagens em aeródromos brasileiros. Os dados são do anuário estatístico do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), ligado à Força Aérea Brasileira, e também desconsideram os voos militares.
Desse total de movimentações, 1,65 milhões vieram da aviação comercial, formada pelos voos regulares feitos pelas companhias aéreas, um aumento de 1% sobre 2023. A aviação geral, onde entram as aeronaves executivas, responderam por 986,8 milhões das movimentações, 4,7% mais que em 2023.
Em 2025, o Cenipa conta, até 27 de janeiro, cinco acidentes fatais, que levaram oito vidas. O avião de pequeno porte que caiu nesta sexta-feira, 8, em uma movimentada avenida da zona oeste de São Paulo, matando os dois passageiros, ainda não foi atualizado nas estatísticas.