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Na mira do MP, Jorge de Sá se defende de acusações de estelionato

Na edição impressa de VEJA que chegou às bancas nesta sexta-feira, o Radar mostrou que o ator de novelas da Globo, Jorge de Sá, está sendo alvo de investigação da Polícia Civil por denúncias de estelionato e fraude documental.

Diferentes famílias alegam que contrataram Jorge de Sá para intermediar bolsas de estudo em escolas nos Estados Unidos mas que, após efetuarem os pagamentos, ficaram de mãos abanando. Somado, o prejuízo passaria de 1 milhão de reais.

O Radar procurou o ator e sua defesa, que se pronunciaram pela primeira vez sobre o caso, há pouco.

Segundo Jorge, as acusações não procedem. O ator afirma que jamais fingiu representar oficialmente qualquer instituição, mas que possui contatos nesta área que facilitariam, de forma legal, a colocação das supostas vítimas dentro das escolas.

Além disso, o ator afirmou que, de fato, não conseguiu cumprir com alguns contratos e que, por isso, em janeiro deste ano entrou em contato com as referidas famílias para propor, por meio de acordo, a devolução dos investimentos. 

Contudo, segundo o advogado de Sá, Sylvio Guerra, algumas delas não teriam aceitado a proposta e estariam “fazendo barulho”, e afirmou que irá acioná-las na Justiça.

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“Esse grupo dissidente, vamos dizer assim, do grupo dos que fizeram o acordo, está fazendo barulho, estão indo ao ‘reclame aqui’, agora na sua respeitável coluna, falando coisas que não são verdades, levianamente chamando o meu cliente de estelionatário e que se apropriou indebitamente. Quer dizer, então, essas pessoas serão responsabilizadas em algum momento pela Justiça, em via própria. Porque eu entendo que se eles não estiveram satisfeitos com o que o meu cliente ofereceu, e se não deu certo, se o meu cliente não conseguiu cumprir por vontade alheia à sua vontade, eles deveriam socorrer-se, então, à Justiça Cível, e não na esfera penal”, disse Guerra.

A defesa do ator também destacou que irá honrar todos os acordos que foram feitos desde janeiro e que está empenhada na resolução da questão.

À VEJA, Jorge de Sá enviou uma carta escrita por ele. Leia o texto, na íntegra:

“Eu trabalho há oito anos com bolsas acadêmicas esportivas, com grande visibilidade nas redes sociais, e me comprometo responsavelmente com isso. Quando vi a matéria, mesmo entendendo que existem vários desafios nesse processo de captação de bolsas, fiquei muito assustado com as inverdades e com essa investigação, que desconhecia. Por isso, estou aqui para esclarecer alguns pontos fundamentais.

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Como disse, enquanto empresa, temos mais de oito anos de mercado, com diversas propostas de bolsas de estudo, acesso a instituições por meio de agentes e parceiros, além de contato direto com as instituições. Entretanto, nunca me apresentei como representante oficial de nenhuma instituição, como foi mencionado na matéria.

Também foi dito na investigação que os jovens não tiveram acesso às bolsas, o que é uma mentira: eles tiveram acesso!

É importante destacar que esses jovens não pagaram o valor integral da instituição. Eles fazem parte de um programa no qual arcaram com valores consideravelmente mais baixos, em média 50% do valor integral. Com isso, cabia ao DCEI o compromisso de apresentar propostas de bolsas, o que foi feito. Cumprimos nosso objetivo e trouxemos propostas para esses jovens em instituições renomadas no exterior.

Portanto, as propostas foram devidamente apresentadas, e honramos nosso compromisso com os responsáveis desses jovens.
Outro apontamento infundado foi feito quando se afirmou que “descobriram” que o valor pago era repassado diretamente para a escola.

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Isso também não é verdade. Cada escola decide sua forma de atuar e, na maioria dos casos, agências de intercâmbio recebem o valor e o repassam para a escola. Isso é um procedimento comum. Algumas escolas recebem diretamente dos pais, outras não.

Alega-se que é mentira fechar uma proposta fixa, pois isso não ocorre nas escolas. Porém, a proposta fixa é uma responsabilidade nossa como empresa. Nos comprometemos com a família e, a partir disso, buscamos as oportunidades. Jamais afirmei que esse compromisso era firmado com a escola. Ele vem da empresa, e conseguimos, sim, oportunidades – muitas vezes, até melhores do que o esperado.

Outra inverdade mencionada foi que enviei um comprovante de pagamento falso. Isso não é verdade. Tratava-se de valores repassados à empresa, como acontece em diversas agências, e posteriormente transferidos à instituição. No caso específico do valor de US$ 4.500, a transação foi iniciada, o comprovante foi emitido, mas, devido a uma questão documental, o valor retornou. A transação foi então cancelada e refeita logo em seguida, e o pagamento para a escola foi devidamente concluído.

As propostas de bolsas foram apresentadas, executadas e assinadas. No caso específico mencionado na matéria, o valor acordado e repassado para a empresa pelas famílias foi US$ 30.000,00 por aluno, nós executamos o acordo, assinamos, os jovens embarcaram e nós, durante um período, repassamos o total de US$ 22.000,00 às escolas.

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Tivemos um atraso no repasse dos US$8.000,00 restantes, devido à famílias que desistiram por conta própria e aos reembolsos. Por isso, procuramos as famílias para um acordo de repasse do valor restante, mas não obtivemos resposta. E para agir de forma correta, nosso jurídico, representado pelo advogado Dr. Sylvio Guerra, entrou em contato com cada família para buscar uma solução. Notificamos extrajudicialmente e posteriormente via judicial para deixar clara e fundada nossa intenção em resolver a situação e reembolsar com os valores.

Portanto, com relação às famílias que não responderam, estamos resolvendo a questão judicialmente quanto ao valor restante.

A matéria menciona um grupo de mais de 100 pessoas supostamente lesadas. Não tenho conhecimento desse número e me disponho a verificar, pois o que tenho acesso aqui é a um número infinitamente menor de famílias que solicitaram o reembolso por desistência próprias. Dentro do nosso programa, todas as famílias que entregam o material, decidem embarcar e fecham propostas de bolsa, de fato embarcam.

Paralelamente, diversas famílias embarcaram através do DCEI e estão nesse momento se preparando para o processo. Temos jovens e estudantes atletas, meninos e meninas, em diversos esportes e instituições de ensino no exterior, seja High School ou College, desfrutando de um ensino de qualidade e alto rendimento esportivo. Temos a tranquilidade de, no nosso programa, poder dizer que todas as famílias que entregaram a documentação solicitada, que fizeram todos processo e indicaram a data de embarque receberam a proposta de bolsa conforme o compromisso da nossa empresa.

Temos vídeos, fotos, comprovantes e histórias de vida transformadas em 8 anos de trabalho. Seguimos atuando normalmente, com diversos embarques feitos na temporada de Fevereiro e embarque já garantidos para Agosto e estou totalmente à disposição, juntamente com o meu advogado, Dr. Sylvio Guerra, para esclarecer qualquer situação que seja necessária”.

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