O Ministério Público Federal instaurou, nesta quarta-feira, 25, um procedimento investigatório criminal para apurar os disparos de agentes da Polícia Rodoviária Federal contra o carro em que estava a família da jovem Juliana Leite Rangel, de 26 anos. Baleada na cabeça, ela está internada em estado gravíssimo no Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O procedimento é conduzido pelo procurador Eduardo dos Santos de Oliveira Benones, coordenador do Controle Externo da Atividade Policial no MPF.
Ao abrir o inquérito, o procurador determinou, entre as primeiras diligências, que órgãos como a Polícia Federal, a Polícia Civil e a PRF sejam oficiados, assim como o hospital onde a jovem está internada, além da concessionária Concer, responsável pela via onde aconteceram os disparos, a Rodovia Washington Luis (BR-040). Com essa última medida, a intenção é ter acesso às imagens de câmeras de segurança da noite do dia 24 de dezembro, das 20h às 22h.
Entre as medidas determinadas ainda pelo MPF, está apurar se houve a prestação correta de assistência à Juliana e sua família. O documento cita ainda nominalmente seu pai, Alexandre da Silva Rangel, de 53 anos, atingido de raspão. Ao todo, estavam cinco pessoas no veículo alvejado. O grupo passava na rodovia por volta das 21h, em direção a Niterói, onde ia se juntar a outros familiares para as celebrações de Natal. No carro em que estavam, ficaram várias marcas dos disparos.
Segundo a mais recente atualização médica, o estado de saúde de Juliana segue gravíssimo. A Secretaria de Saúde de Duque de Caxias informou que ela continua “internada no CTI, hemodinamicamente instável, entubada e acompanhada por equipe multidisciplinar”. Na noite em que foi atingida, a jovem foi encaminhada diretamente ao centro cirúrgico, onde passou por procedimento sem intercorrências.
Ainda nesta quarta-feira, 25, a PRF já havia determinado o afastamento dos agentes envolvidos no caso — que costumam atuar em tarefas administrativas, mas estavam nas ruas em razão do plantão de fim de ano. O pedido está também contido no procedimento instaurado pelo MPF. Os agentes usavam dois fuzis e uma pistola automática, que foram apreendidas para perícia.
A PRF informou em nota que. “por determinação da Direção-Geral, a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana. Por fim, a PRF colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas investigações do caso”.