Os cidadãos de Paris aprovaram um referendo que prevê a conversão de mais 500 ruas em espaços exclusivamente destinados a pedestres.
A iniciativa reforça os esforços da administração municipal, comandada pela prefeita de esquerda Anne Hidalgo, para reduzir o tráfego de automóveis e melhorar a qualidade do ar na capital francesa.
Conforme os resultados oficiais, 65,96% dos eleitores respaldaram a proposta, enquanto 34,04% manifestaram oposição. No entanto, a adesão popular foi reduzida: apenas 4,06% do eleitorado participou da consulta organizada pela prefeitura.
Esse é o terceiro referendo desse tipo promovido em Paris nos últimos anos.
Em 2023, os parisienses optaram pela proibição dos patinetes elétricos de aluguel e, no ano passado, votaram a favor do aumento das tarifas de estacionamento para SUVs de grande porte.
A nova regulamentação resultará na supressão de mais 10 mil vagas de estacionamento, que se somam às 10 mil já eliminadas desde 2020.
Agora, os cerca de dois milhões de habitantes da capital francesa serão consultados para definir quais ruas serão transformadas em zonas exclusivas para pedestres.
Dados da prefeitura apontam que o fluxo de veículos em Paris foi reduzido em mais da metade desde que os socialistas assumiram a administração da cidade, no início dos anos 2000.
Com a implementação da medida, o número de vias destinadas exclusivamente a pedestres alcançará quase 700 – o equivalente a 10% da malha viária da capital.
Embora Paris tenha avançado em políticas de mobilidade sustentável, ainda está atrás de outras capitais europeias no que diz respeito à infraestrutura verde.
De acordo com a Agência Europeia do Meio Ambiente, espaços como parques, avenidas arborizadas e áreas de drenagem natural representam apenas 26% da superfície parisiense, enquanto a média entre as capitais do continente é de 41%.
