Mediadores envolvidos nas negociações sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza se reuniram no Catar nesta quarta-feira, 15, para discutir os últimos detalhes sobre um acordo de trégua na guerra entre Israel e Hamas, que inclui fases para a libertação de dezenas de reféns israelenses em troca de palestinos detidos em Israel.
Representantes de Catar, Egito, Estados Unidos, Israel e do Hamas afirmaram na terça-feira, 14, que o acordo para um cessar-fogo em Gaza estava em sua fase final e mais próximo do que nunca. No entanto, um membro do Hamas disse à agência de notícias Reuters que o grupo militante palestino ainda não havia dado sua resposta final sobre o acordo, porque está aguardando que Israel envie mapas detalhados mostrando como suas forças se retirariam do enclave.
Se aprovado, o acordo de cessar-fogo incluirá uma pausa inicial de seis semanas nos combates, permitindo a retirada gradual de tropas israelenses da Faixa de Gaza e o retorno de deslocados ao norte do enclave. O plano também exigirá que o Hamas liberte 33 reféns israelenses, em troca da liberdade dos prisioneiros palestinos em Israel.
O Catar é um mediador-chave, em especial ao lado do Hamas, em mais de um ano de negociações indiretas. A rodada atual de conversas ocorre na capital, Doha.
Na terça-feira, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que a Faixa de Gaza deve ficar sob controle da Autoridade Palestina, em colaboração com aliados estrangeiros e as Nações Unidas.
Israel e o Hamas estão sob pressão renovada para interromper o conflito às vésperas da posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, na próxima segunda-feira, 20, tratada como uma espécie de prazo. O acordo em fases seria baseado em uma estrutura estabelecida pelo atual presidente americano, Joe Biden, em maio do ano passado, e endossada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Depois da posse, parte da implementação do plano pós-guerra ficará nas mãos do republicano.
Ataques israelenses
Apesar do avanço nas negociações por um cessar-fogo, militares israelenses atacaram cerca de 50 alvos em Gaza nas últimas 24 horas, disseram a agência de inteligência interna de Israel (Shin Bet) e os militares em um comunicado na quarta-feira.
Os ataques mataram pelo menos 13 palestinos em todo o enclave, incluindo sete pessoas que estavam em uma escola que abrigava famílias deslocadas na cidade de Gaza.
O conflito, iniciado em outubro de 2023 após ataques do Hamas ao território israelense que mataram 1.200 pessoas e capturaram mais de 250 reféns, já resultou na morte de mais de 46.700 palestinos, segundo autoridades de saúde de Gaza.