Seguindo uma estratégia adotada pelo movimento Vem pra Rua, que em 2016 lançou o Mapa do Impeachment da então presidente Dilma Rousseff, o deputado Capitão Augusto (PL-SP) criou um sistema para contabilizar os votos dos parlamentares favoráveis ao projeto de lei que prevê anistia aos vândalos que invadiram e depredaram os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal no dia 8 de janeiro de 2023. Na sexta-feira, o mapa contabilizava 211 votos a favor e 91 contra o projeto. Outros 207 parlamentares ainda não haviam se manifestado.
O Mapa foi lançado há duas semanas, mas foi a partir da última terça-feira que todos os dados começaram a ser revisados para se chegar a um resultado mais preciso. O deputado e sua equipe pediram aos parlamentares que se manifestassem pelo e-mail funcional da Câmara.
No PL de Jair Bolsonaro, 100% dos 91 deputados afirmam que votariam a favor da anistia. Dos 44 deputados do Republicanos, partido do presidente da Câmara, Hugo Motta (PB), 40 dos 44 integrantes são a favor da clemência, o que representa 90% do total. Hugo Motta disse a VEJA que o andamento do projeto em regime de urgência será submetido à vontade dos líderes partidários.
O voto de Motta dele chegou a ser contabilizado como a favor do projeto, mas depois foi mudado para a categoria dos que ainda não se decidiram.

Dos 44 deputados do PSD de Gilberto Kassab que tiveram os votos confirmados, 28 seriam a favor da anistia, o que representa 59% do total. Em outros partidos do Centrão, os percentuais de aprovação do projeto ainda estão aquém do que a oposição gostaria. No União Brasil, 33% dos deputados já se declararam a favor do projeto. No PP, 30%. No Novo, os 4 deputados da legenda votariam a favor da anistia.
A resistência dos partidos de esquerda
A maior resistência ao projeto da anistia se encontra entre os parlamentares governistas. No PT, a rejeição ao projeto é de 98%. Do total de 67 deputados do partido, o único que não foi computado como contrário ao projeto até agora é o da deputada delegada Adriana Accorsi, de Goiás. O voto dela ainda aparece como “neutro”.
No Psol, todos os 13 deputados são contrários à aprovação da anistia para os presos do 8 de janeiro. Dos 15 parlamentares do PSB, 14 ainda não declararam voto. O deputado Capitão Augusto avalia que o projeto de lei será aprovado com folga. São necessários 257 votos .