O presidente Lula atribuiu a inflação dos alimentos à alta do dólar e à atuação do Banco Central, que iniciou o ciclo de aumento de juros na gestão de Roberto Campos Neto, e deixou indicações de elevações da taxa Selic, em janeiro e março deste ano, já sob a gestão do indicado do presidente para chefiar o BC, Gabriel Galípolo.
“O problema é o seguinte: tivemos um aumento do dólar porque a gente teve um Banco Central totalmente irresponsável, que deixou uma arapuca que a gente não pode desmontar de uma hora para a outra. Não se pode dar um cavalo de pau no Brasil”, disse Lula. O presidente também mencionou que vai buscar soluções junto ao setor produtivo do Brasil para baixar os preços dos alimentos.
O presidente também apontou a ampliação dos mercados para produtos brasileiros como um fator que pressiona a demanda e contribui para a inflação dos alimentos. “Nós abrimos 303 novos mercados para os produtos brasileiros. Quase todos, produtos de alimentos. O Brasil virou o celeiro do mundo, as pessoas estão comprando muito no Brasil. Significa que nós precisamos produzir mais, melhorar a qualidade para que a gente possa melhorar o preço.”
Sobre o impacto das eleições americanas na cotação do dólar, Lula disse que a volatilidade cambial foi influenciada pelo clima de incerteza nos Estados Unidos. “Loucuras que estavam sendo feitas nos EUA, campanha, discursos, aquela coisa maluca contribuiu muito para o dólar crescer. E ele, agora, começa a se ajustar.”