A Audi, divisão de luxo da gigante do setor automotivo Volkswagen, anunciou nesta terça-feira 18 uma queda de 7,63% nas receitas em 2024 em comparação com o ano anterior e uma redução de 37,85% no lucro operacional. O lucro médio por veículo vendido caiu 29,54%. No dia anterior, segunda-feira 17, o grupo informou que precisará cortar 7.500 vagas de trabalho na Alemanha até 2029, como parte de um plano para direcionar sua produção para veículos elétricos e para cortar custos frente a um cenário desafiador que inclui queda de demanda na Europa, concorrência de marcas chinesas e tarifas de importação mais altas nos Estados Unidos.
A medida, que já foi negociada com sindicatos do setor, deve representar uma economia de 1,1 bilhão de euros (o equivalente a 6,8 bilhões de reais). Em contrapartida, a Audi pretende investir 8,8 bilhões de euros (ou 54,7 bilhões de reais) ao longo dos próximos cinco anos em linhas de montagem de veículos elétricos.
A direção da empresa explicitou que as mudanças são necessárias para enfrentar um cenário econômico “difícil”, uma referência principalmente à estagnação da economia alemã, acompanhado de incertezas políticas, numa clara alusão às ameaças tarifárias do governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, que podem tornar os carros europeus caros demais para os consumidores americanos. Trump pretende taxar em 25% a importação de carros europeus a partir de abril e não há sinais de que pretenda mudar de ideia.
O número de demissões equivale a 8,6% de todos os funcionários da Audi no mundo e soma-se aos 35.000 cortes de pessoal anunciados anteriormente pela Volkswagen, detentora da marca, até o final desta década.
Em 2024, a Audi, à qual também estão vinculadas marcas como Bentley, Lamborghini e Ducati, registrou uma queda de 11,8% nas vendas. Outras fabricantes de carros de luxo alemãs também venderam menos unidades e registraram redução nos resultados em 2024. Na Mercedes, por exemplo, o lucro caiu em 28% e na BMW, 37%.
