A juíza da 4ª Vara do Júri de São Paulo, Luciana Menezes Scorza, ordenou a prisão preventiva de dois médicos, uma técnica de enfermagem e duas instrumentadoras por causa do envolvimento deles com a morte de uma mulher de 31 anos durante uma lipaspiração em novembro do ano passado.
Paloma Lopes Alves morreu cerca de vinte minutos depois do começo do procedimento por causa de uma parada respiratória. De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, ela não fez nenhum exame antes de ir para a mesa de cirurgia. Ela chegou a ser socorrida pelo Samu e levada ao Hospital do Tatuapé, mas não resistiu.
Segundo o que disse no processo o promotor de Justiça Estefano Kvastek Kummer, a vítima havia falado pelo WhatsApp com o cirurgião plástico Josias Caetano dos Santos. Ela passou por uma breve consulta com ele e já foi levada para fazer o procedimento, dentro da Clínica Maná Day, em que ele atendia. O estabelecimento fica na avenida Conselheiro Carrão, na zona leste da capital paulista.
![A sede da Clínica Maná Day, na zona leste de São Paulo](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2025/01/Captura-de-tela-2025-01-29-103037.jpg)
Paloma pagou 9.669 reais por uma hidrolipo que seria feita no abdômen e nas costas. O procedimento costuma ser mais em conta do que uma lipoaspiração convencional. O médico anestesista Claudio Luiz de Olivera, a técnica de enfermagem Thais Gerônimo Barbosa e as instrumentadoras Kathia Cristina de Lima Fernandes e Andressa Natália Cardoso participaram do procedimento.
O MP denunciou os cinco na sexta-feira passada, 24, pelo crime de homicídio e pediu a prisão preventiva dos acusados para impedir que eles façam novas cirurgias. A juíza do caso acolheu o pedido do promotor e destacou que, durante as investigações, foram encontrados “diversos medicamentos que segundo as autoridades da Vigilância Sanitária, seriam anestésicos com efeito psicotrópico, com validade vencida, e sem origem documental” na Clínica Maná Day.
Além disso, segundo consta na decisão de Scorza, foram encontrados equipamentos e insumos hospitalares que pertencem a um hospital municipal em que o cirurgião plástico trabalha. Também foram “verificadas diversas irregularidades na clínica desde equipamentos, medicamentos utilizados sem procedência, falta de assepsia e desordem”. O estabelecimento também não tinha alvará e tampouco registro no Conselho Regional de Medicina.
Até esta quarta-feira, 29, apenas Andressa havia sido presa. Os demais ainda não foram encontrados e nem constituíram advogado no processo.