Um dia depois de anunciar que seu controlador, J&F Investimentos, e a BNDESPar, braço de participações do banco de fomento, chegaram a um acordo que permitirá a dupla listagem das ações, no Brasil e nos EUA, a JBS viu seus papeis saltarem na bolsa de valores, encerrando em alta forte de 17,9%, a R$ 38,61. Foi a maior alta entre as ações que compõe o Ibovespa, que hoje subiu 0,49%, aos 131.474 pontos. De acordo com a companhia, a BNDESPar vai se abster do direito de voto na assembleia geral extraordinária que será convocada para aprovar a dupla listagem, o que representa uma oportunidade para os demais acionistas minoritários votarem em favor da operação.
Diversos bancos classificaram as informações para a empresa como bastante positivas. “Em nossa opinião, esta listagem nos EUA pode ser transformadora para a JBS, provando acesso a novos fundos e a uma estrutura de acionistas flexível. Reiteramos nossa classificação de desempenho superior para a JBS com preço-alvo de R$ 53,00”, disse o Santander, em análise a clientes. Na mesma linha, os analistas do BTG Pactual escrevem que a decisão será bem recebida pelo mercado, além de retirar uma boa pressão sobre as ações, que poderão ser reprecificadas. O banco tem recomendação de compra para os papéis da empresa.
No caso do Itaú, a visão é de que a companhia poderá ter acesso a custos mais baixos de financiamento se aprovada a dupla listagem, com uma percepção de melhora na governança corporativa, uma vez que a empresa terá que se reportar também à SEC, a “CVM americana”. “Encontramos nas nossas interações com acionistas minoritários que eles receberam de forma positiva a proposta de dupla listagem e esperam uma votação favorável com a exclusão do voto do BNDES”, diz trecho da análise.
