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Itamaraty pedirá explicações do governo americano sobre brasileiros algemados

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reuniu com agentes da Polícia Federal e da FAB (Força Aérea Brasileira) para apurar os incidentes ocorridos no aeroporto Eduardo Gomes envolvendo os brasileiros deportados dos Estados Unidos que chegaram algemados. Vieira conversou com o delegado Sávio Pinzón, superintendente interino da Polícia Federal no Amazonas, e com o major-brigadeiro Ramiro Pinheiro, comandante do 7º Comando Aéreo Regional. O Itamaraty informou, por meio das redes sociais, que pedirá explicações ao governo norte-americano sobre o “tratamento degradante dispensado aos passageiros no voo.

Avião com deportados chega a MG

A FAB (Força Aérea Brasileira) informou que o avião que transportava os brasileiros deportados dos Estados Unidos de Manaus para Minas Gerais pousou no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, às 21h10 deste sábado, 25. Os 88 passageiros integram a primeira leva de brasileiros que precisaram deixar os EUA por causa das medidas do presidente americano Donald Trump, que anunciou o endurecimento de medidas contra a imigração já nos primeiros dias de seu segundo mandato.

Confira a nota da FAB:

“A Força Aérea Brasileira (FAB) informa que uma aeronave KC-30, do Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (2º/2º GT – Esquadrão Corsário), pousou no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte (MG), às 21h10 (local) deste sábado (25/01), transportando deportados oriundos dos Estados Unidos da América”. 

Brasileiros chegaram algemados

O Ministério da Justiça e a Polícia Federal informaram neste sábado, 25, que houve tentativa das autoridades americanas de manter os 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos algemados durante o voo de deportação. O avião, que transportava 158 pessoas, deveria pousar em Belo Horizonte ontem, mas parou em Manaus após apresentar um problema técnico. Ao chegar em solo brasileiro, policiais federais tiraram as algemas e impediram que elas fossem recolocadas em função da “garantia da soberania brasileira em território nacional e dos protocolos de segurança em nosso país”.

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A informação de que os brasileiros viajariam algemados foi repassada ao ministro da Justiça e Segurança Pública Ricardo Lewandowski pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues. O ministro, então, conversou com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, que determinou que os deportados fossem levados para Belo Horizonte em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

Medidas de Trump

O grupo volta ao Brasil em meio ao anúncio de um calhamaço de medidas determinadas pelo novo presidente americano, que endureceram as regras para a entrada e permanência de imigrantes no país. Na noite de quinta-feira 23, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, usou o X, antigo Twitter, para anunciar que 538 imigrantes ilegais, de diferentes origens, já foram presos desde a posse de Trump — incluindo um suspeito de terrorismo, quatro integrantes da gangue venezuelana Tren de Aragua e outros indivíduos condenados por crimes sexuais contra menores.

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Segundo ela, “centenas” de imigrantes ilegais também já foram deportados em aeronaves militares, apenas o início do que ela chamou de “a maior operação de deportação em massa da história”, uma promessa da campanha trumpista. Além disso, o governo Trump deu aos funcionários da ICE, a temida polícia da imigração, o poder de deportar estrangeiros que foram autorizados a entrar nos Estados Unidos temporariamente durante a gestão de seu antecessor, Joe Biden, de acordo com um memorando interno da Casa Branca obtido pelo jornal americano The New York Times nesta sexta-feira.

A medida afeta dois programas do governo anterior. O primeiro é um aplicativo chamado CBP One, usado por imigrantes para agendar audiências com autoridades americanas de fronteira e alfândega de modo a entrar legalmente no país. O segundo se trata de uma iniciativa que deu sinal verde à chegada de certas pessoas que fugiam de perseguição política em Cuba, na Nicarágua, na Venezuela e no Haiti. Juntos, os programas permitiram a entrada de cerca de 1,4 milhão de imigrantes nos Estados Unidos desde o início de 2023.

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