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Israel lança série de ataques contra o Hamas na Faixa de Gaza

As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que estão conduzindo “ataques extensivos” contra “alvos terroristas” do Hamas na Faixa de Gaza. O ataque ocorre em meio a dificuldades na negociação para sustentar o acordo de cessar-fogo, que foi assinado em janeiro e cuja primeira parte expirou há duas semanas.

Segundo a rede CNN, a Defesa Civil em Gaza afirmou que pessoas estavam “presas sob os escombros” de casas bombardeadas no enclave. De acordo com a agência Reuters, três casas foram atingidas em Deir Al-Balah, no centro de Gaza, um prédio na Cidade de Gaza e alvos em Khan Younis e Rafah.

A operação foi ordenada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Israel Katz. Eles acusam o Hamas de se recusar “repetidamente” a libertar reféns. “A partir de agora, Israel agirá contra o Hamas com força militar crescente”, diz uma nota divulgada pelo gabinete de Netanyahu.

Ataque no sábado

No último sábado, ao menos nove palestinos morreram, incluindo três jornalistas locais, e diversas outras pessoas ficaram feridas em um ataque aéreo israelense na cidade de Beit Lahiya, no norte de Gaza. O novo ataque se deu em meio às negociações de cessar-fogo entre  autoridades do grupo militante palestino Hamas e mediadores de países árabes no Cairo, Egito.

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O incidente deixa ainda mais clara a fragilidade do acordo de cessar-fogo de 19 de janeiro, que expirou há quase duas semanas. Em declarações recentes, o Hamas exigiu que Israel implemente a segunda fase do acordo, que deveria encerrar definitivamente o conflito.

A primeira fase do cessar-fogo levou, ao longo de seis semanas, à troca de 25 reféns israelenses vivos e os restos mortais de outros oito, em troca da libertação de cerca de 1.800 palestinos detidos em prisões de Israel. Também permitiu a entrada de ajuda humanitária no enclave e o retorno da população local às suas casas no norte de Gaza.

Resistência de Netanyahu

Tel Aviv, até agora, se recusou a avançar para a próxima etapa e pediu uma extensão de várias semanas da fase 1 da trégua, deixando aberta a possibilidade de uma nova ofensiva nos próximos meses. O enviado de Donald Trump, Steve Witkoff, também tem feito pressão por uma proposta que apenas estenda a trégua.

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Recuperar os reféns americanos mantidos em Gaza era uma meta declarada do governo Trump. Portanto, a oferta do Hamas representa um dilema difícil para Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelense, se for parte de um acordo mais amplo.

Após a declaração do Hamas, o gabinete de Netanyahu disse que havia “aceitado o esboço de Witkoff e mostrado flexibilidade”, mas disse que o grupo palestino “não vai recuar de suas posições”.

“Ao mesmo tempo, (o Hamas) continua a usar manipulação e guerra psicológica. Os relatos sobre a disposição de libertar reféns americanos têm a intenção de sabotar as negociações”, disse o gabinete do premiê, acrescentando que Netanyahu convocaria sua equipe ministerial na noite de sábado para receber um relatório detalhado da equipe de negociação e “decidir sobre os próximos”.

Bibi mostrou oposição consistentemente a qualquer fim permanente da guerra em Gaza, em parte devido a um cálculo político doméstico. Impopular, com vantagem de apenas dois votos no Parlamento, ele se desdobra para agradar aos partidos radicais religiosos que sustentam sua coalizão e são contra concessões em Gaza em meio a intensas pressões, inclusive dos Estados Unidos, para pôr fim ao conflito que se estende por mais de um ano e já matou, em números oficiais, quase 50 mil palestinos.

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Para piorar, nas últimas semanas o primeiro-ministro teve de comparecer onze vezes a um tribunal para se defender de acusações de suborno, fraude e tráfico de influência.

No entanto, o líder israelense deixou claro que manter boas relações com a Casa Branca é uma prioridade. Ele conta com Trump — que lhe prometeu apoio incondicional, mas, como se sabe, joga mesmo é no seu próprio time — para superar seus vários problemas em casa.

Diálogo direto

Após mais de 16 meses de negociações entre Israel e o Hamas mediadas pelos Estados Unidos, Catar e Egito, Washington abriu recentemente um canal direto com o Hamas, com o objetivo de libertar cidadãos americanos sequestrados durante o ataque a Israel em outubro de 2023.

O grupo fez 251 reféns durante a investida e matou cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis.

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Em uma publicação nas redes sociais no início deste mês, Trump ameaçou os cidadãos de Gaza com “um inferno” se todos os 58 reféns restantes não fossem libertados. Acredita-se que menos da metade ainda esteja viva.

A reação oficial do governo israelense às notícias de conversas diretas entre os Estados Unidos e o Hamas foi limitada a uma única declaração concisa do gabinete de Netanyahu, apenas reconhecendo as negociações. Mas o jornal Yedioth Ahronoth disse que Israel ficou “chocado ao descobrir que, pelas costas, o enviado de Trump (Witkoff) flertou por semanas em Doha” com uma autoridade sênior do grupo palestino.

Em uma tentativa de pressionar o inimigo, Tel Aviv cortou todos os suprimentos de ajuda humanitária para Gaza e no domingo interrompeu o fornecimento restante de eletricidade para o enclave.

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