Pelo menos cinco pessoas foram mortas em bombardeios israelenses na província de Daraa, no sul da Síria, disseram autoridades locais nesta terça-feira, 25. As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), por sua vez, afirmaram ter atingido duas bases militares no centro do país, e que seus soldados também entraram em confronto com militantes no sul do país. As investidas ocorrem após Tel Aviv retomar ataques contra o Hamas, em Gaza, e o Hezbollah, no Líbano, desrespeitando acordos de cessar-fogo com ambas as facções islâmicas.
“Há pouco tempo, as IDF atacaram capacidades militares que permanecem nas bases militares sírias de Tadmur e T4”, disse uma declaração militar israelense. As duas estão localizadas na província de Homs, um alvo frequente de ataques israelenses nos últimos meses devido à sua posição nas rotas de transporte de armas.
Em uma publicação no Telegram, autoridades provinciais sírias afirmaram que cinco pessoas morreram no bombardeio israelense da cidade de Kuwayya, a oeste de Daraa.
A chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas, alertou na segunda-feira 24, durante uma visita a Jerusalém, que os ataques aéreos israelenses na Síria e no Líbano arriscavam uma “escalada maior” de hostilidades na região.
“As ações militares devem ser proporcionais, e os ataques israelenses na Síria e no Líbano arriscam maior escalada”, declarou ela em uma entrevista coletiva ao lado do ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Saar.
A força aérea de Israel realizou centenas de ataques aéreos contra depósitos de armas, bases navais e infraestrutura militar síria nas semanas após a queda do regime do ditador Bashar Al-Assad no ano passado, no que disse ser uma tentativa de evitar que o armamento caísse nas mãos dos rebeldes que tomaram o poder.
Kallas disse que os ataques israelenses foram “desnecessários porque a Síria não está atacando Israel agora e isso alimenta mais radicalização, que também é contra Israel”.
Operações em Gaza se intensificam
O exército israelense também emitiu, nesta quinta-feira, mais ordens para que palestinos fujam de partes do norte de Gaza, orientando que habitantes locais fossem em direção a “abrigos conhecidos”, embora não haja garantias de segurança para nenhum ponto no enclave.
“Organizações terroristas estão mais uma vez retornando e disparando foguetes de áreas povoadas. Para sua segurança, vá para o sul, em direção aos abrigos conhecidos, imediatamente”, escreveu o porta-voz militar israelense no X (ex-Twitter), após emitir avisos semelhantes para as cidades de Beit Lahiya e Beit Hanoun, também no norte do território.
Isso ocorreu depois do Ministério da Defesa de Israel anunciar, na segunda-feira, a criação de uma administração dedicada à “partida voluntária de moradores de Gaza para um terceiro país”, atraindo indignação do Egito, que faz fronteira com Gaza e Israel. Cairo expressou “sua forte condenação” à criação da autoridade.
Enquanto isso, o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, disse na segunda-feira que 730 palestinos foram mortos em ataques israelenses desde que os militares do país retomaram bombardeios contra a faixa na última terça-feira, incluindo cerca de 60 pessoas nas últimas 24 horas.
Bombardeios mataram pelo menos 23 palestinos, incluindo sete crianças, desde a meia-noite em Gaza, de acordo com o canal árabe Al Jazeera e a agência de notícias The Associated Press. A maioria dos ataques supostamente teve como alvo áreas no sul e centro de Gaza.
As vítimas incluem três crianças e seus pais que foram mortos em um ataque aéreo israelense em sua tenda perto da cidade de Khan Younis, no sul, de acordo com o hospital Nasser, que recebeu cadáveres durante a guerra.
Três pessoas foram mortas em um ataque aéreo em uma casa no campo de refugiados de Nuseirat, de acordo com o hospital Awda, enquanto um ataque aéreo israelense em um prédio residencial matou 5 pessoas na Cidade de Gaza, de acordo com autoridades.
