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IA: inferno sem trabalho ou paraíso com renda universal?

“O trabalho não é a satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio para satisfazer outras necessidades”. Inúmeras vezes a definição de Marx foi repetida por seus seguidores e agora ela ganha outra dimensão: quantos ficarão em casa sem trabalhar, enquanto recebem uma renda mínima universal proporcionada pelo salto de produtividade que a inteligência artificial trará e um robô humanóide como o Optimus, da Tesla, faz café, arruma a cama e limpa o banheiro?

Nessa visão, o salto da Quarta Revolução Industrial, movida a inteligência artificial, melhorará exponencialmente a vida da humanidade, liberada para atividades inventivas e o ócio criativo.

Na visão negativa, de 100 milhões a 4 bilhões de empregos serão incinerados num período bem próximo, muitos ficarão sem o sentido de propósito e dignidade que o trabalho proporciona e um mundo distópico de sociedades transtornadas nos aguarda.

Escreveu o autodenominado futurista Bernard Marr: “Estamos no limiar de uma era em que robôs e softwares superinteligentes nos livram de todos os trabalhos manuais, difíceis ou sujos que não queremos fazer, deixando-nos livres para viver vidas de lazer e relaxamento? Ou são mais próximas da realidade as previsões mais sombrias sobre a IA nos tornar redundantes, levando a um desemprego generalizado e revoltas sociais?”.

SALTO PRODUTIVO

Marr acha que tarefas mais simples, como informatizar dados e responder a dúvidas do consumidor serão automatizadas. A consultora McKinsey prevê que 45% delas entrem nesse processo. Outras formas de trabalho serão turbinadas. A inteligência artificial trará um salto produtivo aos profissionais de saúde, com uma fenomenal capacidade de analisar dados e perfis dos pacientes. Os advogados terão documentos e processos analisados numa escala nunca vista.

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Os mais adaptados desenvolverão habilidades como solução de problemas, pensamento criativo e comunicação. Os outros…

Bill Gates é uma das mentes geniais voltadas para as transformações que já estão acontecendo – e não tem uma visão nada otimista. Acha que só existem três habilidades que não poderão ser substituídas.

A primeira, á a dos programadores. A capacidade generativa da IA ainda não tornou seu trabalho dispensável. Segunda atividade: a dos especialistas em energia. Engenheiros, pesquisadores e técnicos ainda são necessários em áreas como energia petrolífera, nuclear e renovável. Terceira: biologia, especialmente na área de descobertas científicas.

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Isso apenas dá um resumo das transformações que já estão acontecendo.

ESPERANÇAS E INSEGURANÇA

Como viverão todas as pessoas desempregadas pela inteligência artificial? Quem pagará por sua subsistência? As empresas high tech? Dinheiro haverá: existe uma previsão de que a inteligência artificial aumentará o PIB mundial em 15,7 trilhão de dólares – o equivalente a uma China – até 2030.

Todas as inúmeras preocupações humanas parecem diminuir incrivelmente quando comparadas às perspectivas nada distantes do mundo em que a inteligência artificial dá saltos quase impensáveis.

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Devido à aceleração do conhecimento humano, podemos prever ou especular sobre o novo salto tecnológico muito mais do que quando James Watt apresentou a primeira máquina a vapor, patenteada em 1769, desencadeando a revolução industrial.

Podemos dizer que a inteligência humana já não tinha nada de natural e temos o privilégio – além do pavor – de viver um dos seus saltos, com todas as esperanças e a insegurança que isso traz. Mas que será bom ter o Optimus fazendo tarefas domésticas tediosas, isso será. Já imaginaram a reação de Marx diante da engenhoca? Como culparia o capitalismo malvado e inventaria a teoria da exploração da máquina pelo homem?

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