Os rebeldes hutis do Iêmen anunciaram nesta terça-feira, 18, que atacaram pela terceira vez em 48 horas navios dos Estados Unidos no Mar Vermelho, importante rota comercial que leva ao Canal de Suez. O anúncio ocorre poucos dias após o presidente americano, Donald Trump, ordenar uma série de ataques aéreos contra Sanaã, capital iemenita, prometendo usar “força letal esmagadora” até que os insurgentes apoiados pelo Irã parem de sabotar embarcações.
“Cada tiro disparado pelos hutis será visto, deste ponto em diante, como um tiro disparado pelas armas e pela liderança do IRÃ, e o IRÃ será responsabilizado”, escreveu Trump nas redes sociais, o que os rebeldes definiram como uma declaração “beligerante”.
Os hutis reivindicaram ataques com mísseis e drones contra o grupo de porta-aviões USS Harry S. Truman, localizados no norte do Mar Vermelho. Os navios americanos que se deslocam por um importante corredor marítimo na região entraram na mira dos rebeldes desde a eclosão da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023, numa manifestação de solidariedade aos palestinos.
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Em contrapartida, Washington alegou que os rebeldes “continuam a comunicar mentiras e desinformação” e que o grupo é “bem conhecido por falsas alegações que minimizam os resultados de nossos ataques enquanto exageram os sucessos dos deles”. A repórteres, o tenente-general da Força Aérea americana, Alexus Grynkewich, disse que era “difícil confirmar” as operações dos hutis, que erram alvos “por mais de 100 milhas” (cerca de 160 quilômetros).
Na segunda-feira, 17, o Pentágono anunciou que atingiu 30 alvos no Iêmen e prometeu usar “força letal esmagadora” para “restaurar a liberdade de navegação” no Mar Vermelho e no Golfo de Áden. No mesmo dia, milhares de pessoas foram às ruas com gritos de “morte à América, morte a Israel!” em Sanaã. Apenas no sábado, foram registrados 53 mortos e 98 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde do país, que é administrado pelos hutis.