A BYD ultrapassou uma barreira simbólica ao registrar mais de US$ 100 bilhões em receita anual, superando a Tesla, de Elon Musk. A montadora, sediada em Shenzhen, alcançou 777 bilhões de yuans (US$ 107 bilhões) em receita, impulsionada por uma linha de veículos elétricos e híbridos tecnologicamente avançados, que rapidamente capturaram a preferência de consumidores em diversos mercados.
Embora a Tesla tenha sido, por anos, a líder no segmento de veículos elétricos, a BYD se mostrou um concorrente à altura, vendendo quase o mesmo número de carros elétricos — 1,76 milhão contra 1,79 milhão da Tesla. No entanto, quando se inclui a venda de híbridos, o domínio da BYD torna-se maior, com entregas totais de 4,27 milhões de unidades.
O desempenho da fabricante chinesa fornece ainda mais munição ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em sua guerra comercial contra a China. O republicano tem adotado uma postura firme contra a entrada de produtos chineses no mercado americano, utilizando tarifas como ferramenta para conter essa influência e estimular a produção industrial doméstica — uma peça-chave de sua promessa de “fazer a América grande novamente”. Vale destacar que Elon Musk, fundador da Tesla, também desempenha um papel no governo, à frente do departamento de eficiência governamental, que deve ter seus negócios benefícios por essa política tarifária.
O sucesso da BYD pode ser aibuído a uma série de fatores. A empresa não só aproveitou a crescente demanda por veículos elétricos, alimentada tanto por consumidores quanto por políticas governamentais de redução de emissões, mas também soube se diferenciar ao integrar tecnologias de ponta, como a nova plataforma de carregamento ultrarrápido. Essa inovação permite que seus carros alcancem 400 quilômetros de autonomia com apenas cinco minutos de carga.
Além disso, a BYD tem se destacado ao oferecer tecnologia de assistência ao motorista até mesmo em seus modelos mais acessíveis, algo que antes era restrito a veículos de luxo. Esse movimento reflete a estratégia da empresa de democratizar o acesso à inovação, ao contrário da abordagem mais segmentada adotada por concorrentes como a Tesla.
Com projeções de vendas entre 5 e 6 milhões de veículos para 2025, a BYD planeja continuar acelerando.
