O dólar voltou a ultrapassar a marca dos R$ 6 nesta quarta-feira, 9, em meio à intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Em resposta às novas tarifas de até 104% impostas pelo governo do republicano Donald Trump, Pequim anunciou retaliações com a aplicação de taxas adicionais de 84% sobre produtos norte-americanos. Às 11h, a moeda era negociada a R$ 6,03, após ter atingido R$ 6,10 nas primeiras horas do dia — o maior nível desde o auge da pandemia.
Entraram em vigor hoje as tarifas recíprocas anunciadas na semana passada, acirrando o clima de protecionismo e alimentando a aversão ao risco nos mercados globais. A reação dos investidores é marcada por cautela, diante dos efeitos ainda incertos dessa nova configuração das relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários operavam em direções mistas, refletindo a instabilidade do cenário internacional. No Brasil, o Ibovespa chegou a ensaiar recuperação após uma abertura negativa, mas seguia pressionado, abaixo dos 125 mil pontos.
As commodities são outro termômetro da tensão. O preço do petróleo Brent recuou para cerca de US$ 60 por barril — o menor patamar em quatro anos, desde os piores momentos da crise da Covid-19. Já o minério de ferro caiu para US$ 90 por tonelada, distante da média recente de US$ 110. A retração reflete o temor de que a escalada protecionista impacte o crescimento global, com efeitos indiretos sobre todos os países e setores, ampliando o risco de uma recessão sincronizada em escala mundial.