A greve dos entregadores de aplicativos de entrega de comida e de encomendas continua nesta terça-feira. Desde ontem, entregadores de diversas cidades do Brasil iniciaram uma paralisação intitulada Breque Nacional dos Apps 2025 em protesto por melhores condições de trabalho para plataformas, incluindo Ifood, Uber Flash e 99 entregas.
Os impactos da paralisação foram sentidos desde segunda-feira, por consumidores do Ifood, que relataram nas redes sociais aumento da taxa de entrega e maior tempo de espera.
Segundo o movimento, foram realizados atos em 19 capitais. O SindimotoSP, a FEBRAMOTO e ANEA (Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos) lideraram também uma motociata na frente dos escritórios do McDonald’s e Burger King, para exigir melhores condições de trabalho. Entregadores mobilizados também estiveram na sede do iFood em Osasco (SP), após se reunirem na Praça Charles Miller pela manhã e seguirem em motociata para a Avenida Paulista, que ficou parcialmente interditada. São Paulo (SP) é a cidade do Brasil com maior número de motociclistas, são cerca de 700 mil, segundo informações do Sindimotos (SP).
Em nota enviada a VEJA, o Ifood diz que segue monitorando os impactos das manifestações e trabalha para manter a operação funcionando. “Vale lembrar que, atualmente, 60% dos pedidos intermediados pelo aplicativo são entregues pelos próprios restaurantes”, diz a nota da empresa que também ” reafirma seu respeito às manifestações. Nesta segunda-feira, a empresa, em resposta às manifestações, disse que avalia um aumento na taxa por entrega.
Os entregadores reivindicam um reajuste na taxa mínima por entrega, elevando-a de R$ 6,50 para R$ 10,00, além do aumento do valor pago por quilômetro rodado, que passaria de R$ 1,50 para R$ 2,50, garantindo uma melhor cobertura dos custos de deslocamento. Outra demanda é a limitação das rotas de bicicleta, estabelecendo um percurso máximo de 3 km por pedido, a fim de evitar a exaustão dos ciclistas. Além disso, solicitam o pagamento integral por entrega, sem reduções quando há múltiplos pedidos no mesmo trajeto.
No site oficial da mobilização, entregadores compartilham prints de telas com oferta de bônus para entregadores, feitas por plataformas.” Esse tipo de manobra não é novidade: sempre que há mobilização, as plataformas oferecem bônus temporários para tentar desarticular a categoria e manter o controle sobre os valores pagos”, diz em nota, a liderança do movimento.
“As empresas devem acabar também com a precarização que elas próprias promovem e assumirem seu papel social, sendo justas com os trabalhadores”, disse o presidente do Sindimotos (SP) Gil dos Motoboys.