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Governo brasileiro ordena esvaziamento da embaixada na Síria

O governo brasileiro ordenou, nesta segunda-feira, 9, o esvaziamento da embaixada em Damasco, capital da Síria. A medida para retirada dos funcionários tem por objetivo proteger o corpo diplomático do Brasil em meio à escalada da tensão na nação do Oriente Médio, após a derrubada do ditador Bashar al-Assad por rebeldes jihadistas na véspera.

“O processo de evacuação está em curso, ainda sem detalhes, até que situação nas ruas se acalme”, afirmou uma fonte do Itamaraty a VEJA.

No domingo 8, o Itamaraty emitiu comunicado recomendando que brasileiros que estão na Síria deixem o país e que não sejam realizadas viagens para o local em virtude da crise. Em nota emitida no sábado, quando rebeldes sírios avançavam para em seguida tomar Damasco, o governo informou ainda que “não há registro de nacionais entre as vítimas das hostilidades”.

Além de orientar a saída do país, o Ministério das Relações Exteriores informou que os brasileiros devem acompanhar o alerta sobre a situação no portal consular, no qual são listadas as precauções a serem adotadas. São elas:

  • Caso não esteja na Síria, não viaje ao país;
  • ⁠Recomenda-se aos nacionais residentes ou de passagem pela Síria que se ausentem do país, por meios próprios, até o retorno à normalidade;
  • ⁠ ⁠Aos nacionais que decidam manter estadia na Síria, recomenda-se adotar as indicações de segurança das autoridades locais e não permanecer em áreas de reconhecido risco;
  • ⁠Não participe de aglomerações nem protestos;
  • ⁠Verifique se seu passaporte e o dos demais membros de sua família possuem ao menos seis (6) meses de validade;
  • ⁠Certifique-se de que possui documento de nacionalidade brasileiro (como certidão de nascimento) e/ou carteira de identidade válida brasileira ou síria;
  • ⁠Evite repassar informações não comprovadas ou compartilhar notícias antigas. Procure estar informado da situação atual do país e acompanhar canais de comunicação confiáveis;
  • Para emergências, estão disponíveis os contatos do plantão da Embaixada em Damasco: +963 933 213 438 e também o plantão consular do Itamaraty +55 61 98260-0610 (WhatsApp).
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O Itamaraty defendeu que haja respeito à soberania da Síria ao longo das negociações para solucionar o conflito no país. “O governo brasileiro acompanha, com preocupação, a escalada de hostilidades na Síria. Exorta todas as partes envolvidas a exercerem máxima contenção e a assegurarem a integridade da população e da infraestrutura civis”, diz o comunicado.

Queda de Assad

Após deixar a Síria diante da tomada do poder por grupos rebeldes, Assad desembarcou na capital russa, Moscou, segundo o Kremlin, que concedeu asilo político a ele e sua família.

O ditador deixou ordens para uma “transição pacífica de poder”, de acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores russo, que declarou não ter participado da saída do presidente do país.

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Desde o último sábado, os rebeldes têm avançado por cidades estratégicas do país. O Exército sírio, que tentou conter os radicais e recebeu ajuda da Rússia e do Irã, abandonou a cidade de Homs, a 160 quilômetros da capital, que foi tomada na manhã de sábado. Membros do Exército teriam deixado o local de helicóptero.

A autoria dos levantes é reivindicada pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS). O grupo nasceu a partir de uma ramificação da Al-Qaeda. No sábado passado, 30, eles tomaram Aleppo, a segunda maior cidade da Síria. Na última quinta, 5, chegaram a Hama, e neste sábado, mais cedo, cercaram Homs. Todas essas cidades são consideradas estratégicas, seja pela localização, seja pelas rotas em direção a países vizinhos.

A queda de Assad marca o fim de uma dinastia de mais de 50 anos. No poder desde 2000, o líder comandou com repressão o país depois de herdar a cadeira do pai, Hafez al-Assad, também presidente por mais de 30 anos. 

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A guerra civil síria começou há 13 anos, durante a Primavera Árabe, e se transformou em um conflito sangrento e multifacetado envolvendo grupos de oposição domésticos, facções extremistas e potências internacionais, incluindo os Estados Unidos, o Irã e a Rússia. Mais de 500 mil sírios morreram e milhões fugiram de suas casas.

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