O democrata Joe Biden fez na noite desta quarta-feira, 15, seu último pronunciamento do Salão Oval da Casa Branca como presidente dos Estados Unidos. Seu sucessor, Donald Trump, toma posse na próxima segunda-feira, 20.
No discurso, Biden celebrou o cessar-fogo acordado entre Israel e o Hamas que começa no próximo domingo na Faixa de Gaza. “Esse plano foi desenvolvido e negociado pela minha equipe e será amplamente implementado pela nova administração”, afirmou, numa tentativa de deixar marcado que a trégua é fruto de seu trabalho, e não de Trump, como o republicano sugere.
Biden seguiu evocando os ideais de democracia e liberdade dos Estados Unidos, afirmando que, assim como o país, a Estátua da Liberdade “não está parada”. “Ela está em marcha e literalmente se move. Ela foi construída para balançar para frente e para trás, para suportar a fúria do clima tempestuoso, para resistir ao teste do tempo”, afirmou, alertando que “a ideia da América, nossas instituições, nosso povo, nossos valores estão constantemente sendo testados”.
O presidente argumentou que problemas na economia e a inflação, duas questões que tiveram peso nas eleições, foram herdadas de Donald Trump e da pandemia e defendeu que seu governo, na verdade, salvou as finanças dos Estados Unidos.
Biden desejou sucesso ao governo de Trump e prometeu uma transição pacífica de poder. O presidente, no entanto, não poupou o sucessor, afirmando que se preocupa com a concentração de poder nas mãos de “poucas pessoas super-ricas” — o republicano, como se sabe, é bilionário e conta com apoio do homem mais rico do mundo, Elon Musk, dono da Tesla e do X (antigo Twitter).
Biden alertou que “uma oligarquia está tomando forma na América, de extrema riqueza, poder e influência que literalmente ameaça toda a nossa democracia, nossos direitos e liberdades básicos, e uma chance justa para todos progredirem”.
O democrata defendeu uma alteração na Constituição americana para garantir que nenhum presidente seja é “imune aos crimes que ele ou ela comete enquanto estiver no cargo”, aludindo à decisão da Suprema Corte do ano passado que garantiu ampla imunidade executiva contra processos.