Pelo menos quatro foragidas dos atentados de 8 de Janeiro à Praça dos Três Poderes foram presas ao tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Três dessas detenções ocorreram no dia seguinte à posse de Donald Trump, em 20 janeiro, que voltou à Casa Branca com promessas de deportações em massa e um cerco a imigrantes irregulares.
A informação é de reportagem do UOL desta segunda-feira, 17. De acordo com o site, a ICE, a polícia de imigração americana, disse que as fugitivas da Justiça brasileira “aguardam a expulsão para seus países de origem”. Elas são alvo de “expulsões aceleradas”, processos mais rápidos que deportam estrangeiros sem audiência diante de um juiz de imigração.
São elas:
- Raquel Souza Lopes, de Joinville (SC), que tentou entrar nos Estados Unidos em 12 de janeiro e está presa na detenção da ICE em Raymondville, no Texas;
- Rosana Maciel Gomes, de Goiânia (GO), que tentou entrar nos Estados Unidos em 21 de janeiro e está presa na detenção da ICE em El Paso, no Texas;
- Michely Paiva Alves, de Limeira (SP), que tentou entrar nos Estados Unidos em 21 de janeiro e está presa na detenção da ICE em El Paso, no Texas;
- Cristiane da Silva, de Balneário Camboriú (SC), que tentou entrar nos Estados Unidos em 21 de janeiro e está presa na detenção da ICE em El Paso, no Texas.
Três das mulheres (Raquel, Rosana e Michely) foram condenadas por crimes como tentativa de golpe de Estado, e têm mandados de prisão no Brasil. Não há detalhes das circunstâncias em que foram presas nos Estados Unidos — se em postos de imigração ou se em locais na fronteira onde a travessia costuma ser feita com coiotes.
Segundo o UOL, as quatro fazem parte do grupo que deixou o Brasil a partir do primeiro semestre de 2024 e se fixou na Argentina. No final do ano, após o Supremo Tribunal Federal (STF) fazer pedidos de extradição ao governo de Javier Milei, fugiram novamente, rumo aos Estados Unidos. Seu objetivo era conseguir refúgio político com o governo de Trump, que, como Milei, é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Outros foragidos do 8 de Janeiro continuam na Argentina, Colômbia e Peru, entre outros países da América Latina, segundo o UOL.