Dados recentes da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) indicam que as operações de crédito imobiliário realizadas por meio das Cadernetas de Poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) totalizaram 312,4 bilhões de reais em 2024, um crescimento de 24,7% em relação ao ano anterior. Com 1.173.000 unidades habitacionais financiadas, 18,3% a mais do que em 2023, o índice se configura como o melhor resultado da série histórica.
O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) financiou um total de 186,7 bilhões de reais em 2024, uma alta de 22,3% ante 2023. Já o FGTS financiou 125,7 bilhões de reais, aumento de 29% em comparação ao ano anterior.
A captação líquida do SBPE ficou negativa em 21,7 bilhões de reais e a poupança encerrou com saldo de 733,5 bilhões, 3,5% a mais do que no ano anterior. Em 2023, a captação líquida teve um resultado expressivamente pior: 72,4 bilhões de reais negativos. Segundo a Abecip, o desempenho de 2024 está associado, em partes, ao aumento da taxa Selic.
A modalidade de Crédito com Garantia de Imóvel (CGI) se destacou pelos resultados, que contaram com contratações de 10,9 bilhões de reais, um aumento de 53,5%. Essa alternativa tem ganhado cada vez mais popularidade devido às suas condições competitivas de juros e prazos, além de ser uma opção de uso livre para os consumidores, de acordo com a Abecip.
O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), um dos principais indicadores do mercado imobiliário brasileiro, apresentou um aumento de 0,23% em dezembro de 2024, diminuindo o avanço de 0,82% registrado em novembro. A taxa anual de crescimento do índice foi de 12,73%, refletindo uma desaceleração, mas ainda com um desempenho considerável no acumulado do ano.
Perspectivas para 2025
As projeções da Abecip indicam uma redução entre 15% e 20% nos financiamentos imobiliários pelo SBPE em 2025, devido, em parte, às limitações dos recursos da Poupança e “às condições macroeconômicas mais desafiadoras”. As estimativas são de que o SBPE financie o equivalente a 155 bilhões de reais e que o FGTS cresça levemente até os 126,8 bilhões. Com isso, o volume total de empréstimos deve atingir cerca de 282 bilhões de reais em 2025, o que implica uma redução de 10% em relação ao montante do ano passado.