Os Estados Unidos registraram um aumento de 18,1% na população sem-teto em 2024, reflexo da escassez de moradias acessíveis, desastres naturais devastadores e o crescimento da migração interna e externa. Segundo o Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano (HUD na sigla em inglês), mais de 770 mil americanos foram identificados como desabrigados na contagem anual realizada em janeiro. Esse número não leva em consideração aqueles que estão temporariamente hospedados com amigos ou parentes, o que indica que a realidade pode ser ainda mais grave.
O aumento é uma continuação do crescimento de 12% observado em 2023, causado pela alta nos preços dos aluguéis e pela diminuição das políticas de apoio emergenciais após a pandemia. O aumento do ano passado também foi impulsionado por pessoas que sofreram com a falta de moradia pela primeira vez.
Os dados de 2024 também mostram um aumento dramático de 40% no número de famílias sem-teto, resultado da migração para grandes centros urbanos como Denver, Chicago e Nova York. Quase 150 mil crianças passaram uma noite sem um lar, o que representa um aumento de 33% em comparação ao ano passado.
Apesar dos dados negativos, há áreas de progresso, como a redução de 8% no número de veteranos de guerra desabrigados. Além disso, algumas grandes cidades têm conquistado progressos na redução do número de moradores de rua. Dallas, por exemplo, que reformou seu sistema de atendimento a pessoas em situação de rua, teve uma queda de 16% na população de rua entre 2022 e 2024. Los Angeles, por sua vez, que tem investido em moradias, registrou uma redução de 5% no número de desabrigados em relação a 2023.
A Califórnia, o estado mais populoso dos EUA, continua como centro da maior população de moradores de rua, seguido por Nova York, Washington, Flórida e Massachusetts.