A segunda fase da operação que investigava os responsáveis pelo plano de sequestro do senador Sergio Moro (UB-PR) levou a Polícia Federal a se deparar com um criminoso que usava como apelido o nome do bilionário sul-africano Elon Musk nos quadros do Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do país.
O “Elon Musk” do PCC se chama Eduardo Marcos da Silva. De acordo com a polícia, ele atuou nos preparativos para a execução do plano de captura do senador Sergio Moro em 2022. No último dia 21, a juíza Sandra Regina Soares, da 9ª Vara Federal de Curitiba, condenou oito pessoas pelo planejamento do rapto do ex-juiz da Lava-Jato e de seus familiares.
Moro era uma das vítimas escolhidas pela cúpula do PCC, e conforme mostra a edição de VEJA que chega neste fim de semana às bancas e plataformas digitais, também estava na lista de alvos o deputado federal Delegado da Cunha (PP-SP) também aparecia como potencial alvo.
Ao longo das investigações, a polícia recolheu evidências de que Duda (ou Elon Musk) aparece no print de tela de uma videochamada discutindo com seus comparsas detalhes do plano de sequestro de Moro. O criminoso aparece também nos registros financeiros da facção, cuidando das armas de fogo, veículos, aluguéis e viagens de suporte para o rapto tanto do senador como de outros alvos.
Oficialmente o Elon Musk do PCC se passava por um simples servente de obra. Em junho de 2021, no entanto, o “bilionário” foi abordado pelo Exército e pela Polícia Civil do Mato Grosso do Sul quando se preparava para embarcar em um turboélice fretado com destino a São Paulo. Com salário de menos de 700 reais na época da abordagem, os investigadores concluíram que Eduardo era tudo, menos ajudante de pedreiro.
“A investigação demonstrou que Eduardo Marcos da Silva possui patrimônio absolutamente incompatível com sua ocupação atual e rendimentos lícitos. O imóvel em que Eduardo Marcos da Silva e sua companheira Gessilene Teles Lima da Silva residem é uma mansão de alto luxo, com piscina, área de lazer e dois andares, localizada na área rural do município de Itapevi/SP”, diz trecho da investigação. Neste imóvel foram encontrados oito celulares cujos acervos reúnem intensa movimentação financeira em nome de laranjas.
O Elon Musk do PCC foi investigado em ao menos doze inquéritos policiais e condenado em pelo menos três por crimes como roubo, receptação e falsificação de documento público.