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Dólar avança e Ibovespa recua de olho em Haddad e tarifas de Trump

Pelo terceiro pregão consecutivo, o dólar encerrou em alta, de 0,61%, cotado a R$ 5,75. Já o Ibovespa, principal índice da B3, fechou em baixa de 0,77%, aos 131.321 pontos. Os mercados operaram no dia de olho em um novo capítulo da guerra comercial imposta por Donald Trump, enquanto acompanharam declarações dadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

No mercado internacional, predominou mais uma vez as incertezas em relação à política monetária adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O republicano afirmou que as tarifas recíprocas terão início já na próxima semana, no dia 2 de abril, e devem começar a gerar efeito sobre as relações e balanças comerciais de diversos países. Trump também falou em novas tarifas sobre diversos produtos, como carros, madeira, semicondutores e produtos farmacêuticos.

A isso se soma outro anúncio polêmico do presidente, que aconteceu nesta tarde. Em um embate contra a Venezuela, foi noticiado que qualquer país que compre petróleo ou gás do país latino-americano pagará uma tarifa de 25% sobre as negociações feitas com os Estados Unidos. Em uma publicação na Truth Social, rede social desenvolvida pela equipe de mídia de Trump, o republicano afirmou que a Venezuela enviou “dezenas de milhares de criminosos” e que tem sido “muito hostil aos Estados Unidos e às liberdades defendidas pelo país”. Essa medida também entrará em vigor em 2 de abril, segundo Trump.

Na agenda de indicadores, houve a divulgação do índice de gerentes de compras (PMI) dos Estados Unidos, que trouxe duas leituras. Apesar de o índice ter subido para 53,5 em março, a maior alta do ano (leituras acima de 50 indicam expansão da atividade), as exportações de serviços caíram pelo terceiro mês consecutivo. Esse movimento pode refletir uma retração na demanda por serviços americanos devido ao aumento das tensões comerciais contra diversos países. 

No cenário doméstico, o Boletim Focus mostrou diminuição leve das projeções para inflação em 2025. Os economistas consultados pelo Banco Central estimam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o índice oficial da inflação no país, encerre o ano a 5,65%, ante 5,66% na semana passada. Ainda assim, a porcentagem está bem acima do teto da meta, que é de 3%, com limite de tolerância até 4,5%.

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Investidores acompanharam também as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele afirmou nesta segunda-feira, 24, que o cenário inflacionário pode surpreender positivamente neste ano, contrariando projeções do mercado que indicam o estouro da meta. Segundo o ministro, que participou de evento do jornal Valor Econômico, fatores como a safra, o comportamento do câmbio e a geopolítica podem jogar a favor do Brasil.

“Eu acredito que nós podemos nos surpreender positivamente com a inflação já deste ano. Em virtude de safra, em virtude do comportamento do câmbio, até em virtude do que a geopolítica está nos reservando, eu penso que pode ser o oposto do que está sendo projetado”, disse Haddad.

Investidores aguardam agora a divulgação, amanhã, da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e a divulgação, ainda nesta semana, do IPCA-15 de março, que será um indicador relevante para as expectativas inflacionárias.

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